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Há muitos anos esquecida, a mansão de Filacterius era um luxuoso e grandioso palácio orzhov no décimo distrito. Durante a primeira invasão gruul tornou-se nada mais que um monte de entulhos tomada por vegetação e mendigos, dois de seus andares tombaram, mas o térreo permaneceu praticamente intacto e serviu como sede para o clã da árvore flamejante por uma dezena de anos, pelo menos até a reclamação da guilda orzhov quando batalhões boros expulsaram os "invasores" e devolveram aos portadores legais do local. Desde então o palácio tem se mantido lacrado, ou assim estava até algumas semanas atrás.
Os rumores começaram após os relatos de um pequeno destacamento ledev que patrulhava a área, os elfos disseram ter combatido guerreiros com trajes e língua estranha, que tomaram metade de seus homens utilizando cães com duas cabeças, três ou quatro dependendo da fonte. Muitos tomaram os guerreiros como gruuls retomando a posse do local, afinal as tentativas eram quase que mensais. Nova Prahv confirmou atividade mágica ilegal recente na masmorra e então enviou uma comitiva com um oficial, quatro soldados e um biomante para investigar as supostas criaturas horrendas.
Belian e Nau Kaa
Nau Kaa e Kartak (Belian) se esgueiravam entre a vegetação, abriam os espaços entre os grandes arbustos até chegar na escavada entrada na lateral do palácio, lá dentro tudo parecia quieto, quieto demais. Enviados como batedores, os gruuls fariam o reconhecimento de quem eram os invasores de "seu" edifício para então retornarem com um contingente maior.
Os passos eram cuidadosos pelos primeiros metros do corredor de pedra, podiam ouvir logo um correr de água, o chiado molhado abafava quaisquer ruídos maiores, veriam então uma ponte sobre o córrego, de mármore branco mostrava suas marcas de corrosão pelo tempo, mas mesmo antiga exaltava a opulência da arquitetura orzhov e do outro lado um distraído soldado guardava a passagem.
Farid e Gimmo
Dores, muitas dores e pelo corpo todo, assim se sentiam Farid e Gimmo, a visão embaçada ia aos poucos se acostumando ao breu. Fora tudo muito rápido, espadas se degladiando e fumaça, era complicado lembrar dos detalhes, o grupo de investigação azorius fora atacado nos flancos e com violência, um soldado nem teve tempo de sacar sua arma, e quanto tempo fazia? Duas ou seis horas? A mente dos magos ainda girava confusa.
A parca iluminação vinha pelas frestas da grossa porta de madeira, o interior da cela revelava dois archotes apagados pendurados na parede, mais ao fundo, um aglomerado de sacas do que um dia foram batatas, mas que hoje lembrava um monte disforme de fungos e mofo, e do outro lado um esqueleto incompleto de algum outro prisioneiro infeliz dali. Pela porta podia ser escutada uma conversa no corredor, não era possível distinguir as palavras mas eram duas vozes de homens de meia-idade.