Aventura - Horas Antes do Fim

Calor.

Por um instante, era tudo que passava a ser sentido pelo leonino; O trincar daquela carapaça azulada da criatura pareceu acontecer em longos segundos, como se tudo ao seu redor estivesse num lento lapso da realidade. Lentamente as peças e partes da criatura se afastavam, na mesma medida em que a luz do fogo em seu interior se propagava por cada mínima brecha

BUUUUUUUUUUMMMMMM!!!

As chamas se estendiam para todos os lados, mas havia paz ali, havia uma calmaria incomum para um leonino que carregava consigo parte da fúria em seu coração; Seus movimentos aconteciam como puro instinto de um ser prestes a morrer. Sua lâmina que antes parecia fincada na criatura ganhou um aspecto viscoso quase que instantaneamente, impulsionada pela corrente de ar vinda antes mesmo das chamas e jogada sobre o leonino, que já estava a virar seu próprio corpo quando sentiu o frio metal tocar suas costas e lhe envolver


O metal se expandiu e mesclou com o biometal orgânico que existia em todo filho de Mirrodin e em uma fração de segundo todo o corpo do leonino estava coberto por aquela substância tão resistente quanto o aço-negro mirraniano, protegendo-o a tempo da explosão, que lançou o leonino metálico muitos metros em direção oposta, que uma vez mais parecia despertar o seu poder, ileso, protegido da explosão e do chocar com outras estruturas.

O inimigo provou que não era apenas mais um capanga de baixa patente. Sua destreza arcana não apenas permitiu a conjuração de uma enorme criatura como também uma poderosa magia protetora que virtualmente anulou os esforços combinados de Trizan e Duraha. O eterno emergia intacto de um ataque que parecia inescapável. Adicionalmente, o eterno conjurava o que parecia ser o mesmo encantamento usado anteriormente. Seu porte físico fora aumentado significativamente, livrando-o dos grilhões mágicos de Trizan.

“Acredito que subestimei essa coisa desde o início, essas técnicas estão além de um simples iniciante”  Pensava Trizan, preparando-se para o contra-ataque inimigo.

Trizan muda seu foco para a neblina acima, o padrão da névoa mudava repentinamente, indicando o que o mago temia "Está vindo”

O vorme emerge da névoa ferozmente, sua bocarra cheia de dentes alvejava o mago e o caçador simultaneamente.

-PREPARE-SE

Trizan posiciona-se de forma que ele e Duraha ficassem de costas um para o outro. O tempo era curto, não havia para onde correr. O mago estende suas mãos conjurando mais uma vez mana branca. E subitamente a boca da criatura envelopa os planinautas. No entanto, o vorme não completa sua mordida, sua boca permanece aberta…


Trizan conjurara escudos mágicos ao redor da dupla, contra os dentes da criatura, que aplicava pressão sobre estes tentando esmagar os planinautas. O hálito forte da criatura era sentido assim como uma fina garoa de saliva que caía sobre Trizan. Era como estar numa sauna pré-digestão.

-Urghh, não sei por quanto tempo consigo segurá-lo! - Dizia o mago a medida que suor visivelmente escorria por sua face - Rápido, use isso, incendeie

Trizan alcançava em seu bolso os frascos que havia coletado anteriormente e os entrega a Duraha. Eles continuam o sangue do dragão abatido mais cedo, Trizan sabia que a exposição a esse líquido poderia abater até mesmo um vorme.

O mago colocava-se de joelhos, suas mãos tremiam, a demanda de mana era grande, mas ainda havia outro oponente. Trizan precisava continuar distraí-lo. Com seus olhos fechados ele comanda seu lacaio a tentar derrubar o mago eterno, lançando seu corpo contra o mesmo para levá-lo ao chão.

Escuro. Frio. Metal. Melancolia. Essas sensações preenchem o corpo de Belian conforme as primeiras imagens são absorvidas pelo elo vampírico. Aos poucos a escuridão da lugar a luz e o metamorfo pode ver que a mente que ele vasculhava estava estilhaçada, doente. Uma grande forma surge ao longe, colossal, imponente, sinistra. Chifres capazes de empalar o próprio Rakdos eram ostentados e agora outros sentimentos ganhavam espaço no metamorfo. Insegurança, inquietação, MEDO.


"A primeira batalha deve ser vencida na mente"

Belian toma a iniciativa e o primeiro passo sai tímido, cauteloso. O senhor das mil faces era acostumado a mergulhar em memórias mas aquilo não era comum, Belian não tinha conhecido um só ser capaz de realizar um estrago mental nos níveis em que presenciava. As memórias eram fugazes, efêmeras, destroçadas mas a figura da criatura colossal era firme, completa, VIVA. Belian sentia como se a qualquer momento aquela memória pudesse mata-lo.


Aproximou-se contra seu próprio instinto. Areia, pirâmides, Deuses mas não os venerados em Theros.

...

Belian sai do relatório mental exausto, seu coração batia de forma rápida e descoordenada. O suor frio escorria pelo corpo do metamorfo. Alguns segundos foram necessários para que o corpo de Belian parasse de tremer e assim o metamorfo pudesse tomar seu caminho. O metamorfo tinha agora detalhes importantes sobre o invasor a ser combatido e não eram bons.

- É o fim da Ravnica que conhecemos - sussurrou temerário para si mesmo tentando confortar-se com o que viria

O súbito momento de reflexão de Belian é bruscamente cortado pela gritaria de alguns soldados boros que encontravem-se numa sacada que podia ser observada por uma janela próxima. As cadetes gritavam com alguém fora do campo de visão do metamorfo e por um momento aquele instante de normalidade Ravnicana pareceu acolhedor demais para o trauma passado.

Belian usa sua metamorfose parcial, 2 pares de apêndices articulados extras saem da lateral de seu corpo e pelos similares aos contidos nos apêndices das aranhas surgem pelos membros do metamorfo.

"Patas de aranha"


Ainda invisível e agora aderente a superficies antes impossível de caminhar em sua forma humanoide Belian sai pela janela e vai descendo pelas paredes de fora da torre, sem passar pela sacada. Durante o caminho gostaria de prestar atenção no que os boros falavam e gritavam e a quem eram destinadas as palavras.

Simba

E mais uma grande explosão varreu o céu do décimo distrito, muitos olhavam para o céu incrédulos, havia chamas, havia fumaça e havia morte, Ravnica sangrava e agonizava em mãos ao caos provocado por Nicol Bolas. No centro da última estava Simba, o leonino que mal havia descoberto que era um planinauta e o que era ter uma centelha, estava prestes a perdê-la. A bola de fogo era a queima-roupa e mortal, reverberou pelos edifícios próximos quebrando suas vidraças e abalando suas estruturas. Contudo, um projétil cromado e incandescente foi lançado daquela explosão, o leonino sobrevivera e fora arremessado longe como uma bala. Seria sua couraça metálica e chamuscada o suficiente para um trauma daquela velocidade e altura?


Frrrruuuuoooooshhh....

Um vento gélido e poderoso então começa a soprar contra o leonino em trajetória livre, diminuindo sua velocidade e temperatura. Em seguida, o ar se funde em um gigantesco tobogã de gelo, que escorrega Simba rodopiando até o topo de uma guarnição boros em segurança. Ao longe, uma planinauta passa escorregando sobre uma plataforma gélida e acena rindo.


Achei que os gatos sempre caíssem de pé!

Belian

Os esforço mental fora o bastante para o metamorfo, ainda que em frangalhos, percebera que o dominador era cruel, poderoso e um hábil telepata. A conclusão do fim de Ravnica parecia óbvia e inerente. E mais uma vez, Belian opta pela observação e prudência, cercando-se de manter-se como um espectador aguçado dos acontecimentos ao redor, transmutando-se num híbrido aracnídeo.

Sua mente então o chamaria atenção ao eterno pássaro, que pela explosão próxima, largou de vez do corpo da cópia e lançou-se aos céus em busca de novas centelhas. Não procurou muito, e logo foi contemplado pela planinauta manipuladora de gelo, iniciando um rasante sobre ela e grasnando.

GRÁÁÁÁÁÁ!!!

A sua frente, o trio boros mantinha-se atento e cochichando sobre o embate gruul abaixo.


Lysa mantenha sua posição! Aisha mantenha os olhos abertos ao céu! Irei tentar segurar o ogro!

As recrutas batiam continência, enquanto o castelão correu para o meio da ameia e jogava pedregulhos abaixo, mirando o ogro esmurrando a porta.

Duraha e Trizan

O líder eterno levantava seus braços musculosos triunfante enquanto observava a bocarra denteada de seu vorme abocanhar o sanduíche formado pela magia de Trizan, com ele e seu parceiro caçador como recheio.

INDRAK REX!!!

Ele vocifera, estimulando o vorme a apertar mais a mordida. A criatura babava com ódio, desejava arrebentar qualquer vestígio de vida da dupla de planinautas. Era força bruta contra a força de vontade mágica poderosa do dimir, estavam em igualdade. O dentes perfuravam camadas da magia, ele ajeitava a mandíbula revezando entre incisivos e molares.


INDRAK REX FINNITUS!!!

O vorme então levanta sua cabeça e engole, Duraha, senador e mágica, tudo de uma vez em uma golfada só. Antes de comemorar contudo, o líder é golpeado pelo kopesh de seu outrora aliado que voltou a se levantar, e ambos saem num embate de golpes físicos. A dupla ficara ao escuro.

Dentro da fera não era melhor do que fora. Era escuro, fétido e pegajoso. A pressão constante do esôfago apertava ainda a cápsula formada por Trizan. Mas a dupla tinha um plano, embebendo seu virote em sangue de dragão Silumgar, o caçador atira sua flecha de fé. O projétil voa longe e se finca no vorme.

ROARRRRR!!!

A fera sofre e ruge de dor, se contorce batendo seu corpo para os lados em pânico doloroso, lá dentro a dupla seria sacudida entre as estranhas do animal, ao passo que do lado de fora, o vorme em seu movimento violento e errático, acerta com a cauda líder e lacaio, arremessando ambos ao longe, de choque à parede de uma construção próxima.

ROARRRR! ROARRR!

Ele se contorce mais, e lentamente vai perdendo as forças.

Roarrr....

E tomba. A cabeça e o terço superior de seu corpo servidos em meio à praça como um prato principal, suas escamas outrora de um verde jade, agora em tons cinzentos esverdeados opacos. O vorme tombara, e o cheiro em seu interior, parecia ainda pior que antes.


Teiven

No final, o óbvio acontecera. A experiência de Teiven com os clãs de sua guilda era clara, de uma forma ou de outra, tudo acabava em sangue e dentes quebrados. Ainda que entendesse que algumas batalhas não precisavam ser lutadas, ele era minoria e precisaria provar no punho.

Nossa madame! E vai fazer isso como? Usando estes brinquedos que ganhou da sua mamãe orzhov?

A dupla de humanos gruuls sorriu, o equipamento do planinauta era extremamente superior à qualquer arma improvisada ou roubada da grande maioria da guilda. O gigante então saca seu escudo retrátil e bloqueia o golpe de Jaharg, que se enfurece.

Arhhhhg! Jaharg vai fazer gigante engolir escudo!

O guerreiro experiente então faz seu movimento em silêncio, sacando rápido uma espada curta e desferindo um golpe no ogro, o mesmo se esquiva do golpe mortal, mas recebe um belo talho na coxa.

Arghhhhhhh! Jaharg vai te matar pedaço por pedaço!

Arrebenta ele Jaharg! Usaremos o escudo-leque dele de penico! Bosta para uma bosta de gigante!


Os humanos riam interessados, o outro ogro seguia batendo na porta da guarnição enquanto pedregulhos caiam sobre sua cabeça.Coxo pela dor, o ogro abandona a estátua e se joga sobre Teiven, a intenção era acertar-lhe com o ombro com força para derrubar o gigante.

Simba e Belian

O leonino chegaria desajeitado deslizando pelo tobogã até o deck da guarnição, notaria que, fora o tobogã, o ar parecia mais frio, neve caia sobre a guarnição ao passo que a planinauta que o salvara utilizava um grande escudo de gelo para proteger-se da foice do aviano eterno acima nos céus, movimento que Belian enchergava com mais detalhes e por outro ângulo pela visão do zumbi.

Mas pouco tempo restaria para a observação dos planinautas.


Alto cidadão! Identifique-se! Você está invadindo uma propriedade militar! Abaixe as armas e se renda!

A voz era firme, a frase notoriamente decorada e proferida com pouca experiência. Aisha era uma excelente recruta, mas sem as cicatrizes e manhas de um soldado veterano. No fundo estava confusa, a forma felina do invasor era estranha e sua pele de metal não parecia com a cobertura azulada dos eternos, na dúvida seguiria o procedimento padrão, defenderia sua guarnição nem que fosse necessário perder a vida.

Todos

CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK!

Passos ritmados, metal contra pedra.

CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK!

Pareciam como o ruflar de numerosos e rústicos tambores da morte, uma marcha de mortos, e surgiam como formigas, como pestes.

CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK!


E surgia o pelotão interminável, a primeira parte vinha do acesso à praça central da guarnição.

CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK!

A outra metade viria pela praça auxiliar, que dava nos fundos da guarnição, aonde um vorme jazia caído. Ceifariam todas as vidas em seu caminho.

Escudo do Mestre:

A pressão da explosão arremessava o leonino muito longe, seu corpo agora coberto pelo metal não sofrera danos da explosão e ele sabia no fundo que estava protegido até mesmo daquela queda - Pelo menos ele torcia para cair em algum lugar seguro. Ainda no ar, sentiu o vento ao seu redor começar a esfriar lentamente, um vento frio que vinha em direção oposta, diminuindo a velocidade do leonino em pleno ar

Pensamento: Mas que tipo de lugar incomum é esse?!

Eis que, quando quase em queda livre, o mesmo vento frio se molda em uma construção de cor azulada, tão densa quanto pedras, mas umida e fria o suficiente para mesmo sob a camada metálica ser sentida. O leonino escorrega pela estrutura, rolando e se chocando sem muita força nas curvas dele, até chegar ao seu fim, caindo em um chão que parecia ser de areia branca, mas fria e molhada. Ele se levantava lentamente, a sua frente havia uma mulher armadurada, mas seus olhares confusos foram diretamente para a mulher metros acima

Simba: Gatos? O que são... gatos?

Mal teve tempo para qualquer resposta e uma criatura desceu num rasante atacando a mulher, que habilmente se protegia com um escudo conjurado feito com o mesmo material frio de antes; Neste momento a mulher armadurada bem em a sua frente inicia alguns questionamentos, o leonino a encara mais uma vez com ar confuso, voltando depois seus olhares para baixo, em sua mão direita, enquanto movia os dedos metálicos

Simba: Cidadão? Eu... Não sei o que está acontecendo, mas não invadi nada, ela me deixou aqui - Sua cabeça se voltava para a planinauta acima - Não sei quem são, muito menos onde estou, fui atacado por um ser que exalava a morte e aqui estou.

E como por sua própria vontade, o metal em seu corpo lentamente regredia e se moldava em sua mão, restando apenas as placas metálica naturais, transformando o restante em uma cimitarra aparentemente comum embainhada em sua cintura e em uma arma que com certeza era a sua favorita desde quando era filhote, mas toda atenção fora voltada para outros sons

CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK!

Seus olhos pareciam não acreditar, mas algumas centenas de criaturas com aquela carapaça azulada pareciam se mover em direção a aquele pequeno grupo, pareciam hordas intermináveis de criaturas e não era necessário ser nenhum gênio para ver que aquilo era uma invasão. O leonino olhou para a mulher armadurada ainda sem reação, em seguida para a que lutava metros acima. Seus ouvidos pareceram ouvir um combate acontecendo ali dentro, atrás de algumas paredes, seu instinto e seu sangue lhe diziam tudo: Lute.

Simba: Se é de sua vontade, pai, eu o farei! - Sussurrou

Eis que então, num impulso do sangue de comandante que lhe dava a vida, ele decidiu liderar

Simba: Atenção! Aquelas criaturas estão em números muito superiores, podemos usar isso a nosso favor! Você, criatura dos cristais - Olhou rapidamente para a planinauta metros acima e apontou para a frente dos muros da guarnição - Precisa usar o que fez antes da mesma forma nos muros a frente, se eles se amontoarem demais em um ponto escorregadio não irão conseguir passar aos montes, reduziremos a quantidade deles que entram pelas paredes e talvez consigamos lutar aqui dentro! - Novamente se voltou para a mulher armadurada - Eu ouvi sons de luta mais para trás, precisaremos de todo ser que possa lutar aqui dentro dessas muralhas, eles são muitos, mas nós temos a vantagem de terreno, podemos lutar, mas precisamos de mais aqui e agora! Você sabe o que fazer!

Virou-se novamente para frente dos muros, aguardando que a maga dos cristais frios fizesse o que pediu, segurando firme seu machado, com rosnados involuntários. Era guerra e ele estava cansado de perder.

Simba: Eu os deterei.

Trizan mantinha-se concentrado na barreira que mantinham os dentes da besta longe dos planinautas, até que num movimento brusco a criatura parecia desistir da ideia de quebrar o escudo mágico. Trizan e Duraha eram engolidos pelo vorme, inteiros.

- Ughh - Exclamava Trizan ao sentir seu corpo deslizando para dentro daquela caverna fétida.

Duraha atira sua flecha, desta vez não tinha como errar. A flecha envenenada faz com que o vorme comece a se contorcer, certamente o veneno espalhava-se rapidamente degradando suas funções motoras. A experiência, no entanto, não era nada agradável vista por dentro.

Trizan, finalmente desfazendo sua barreira, era lançado de um lado para o outro, colidindo violentamente contra as paredes interiores do vorme.  Além disso, Trizan podia sentir sua pele queimando toda vez que o líquido digestivo tocava sua pele. Por fim, o vorme repousa lentamente, aceitando sua morte.

- Temos que sair daqui, agora! - Gritava Trizan, ofegante, sacando sua adaga.

Os dois planinautas começaram a cortar o forme, quase que em desespero, em busca de ar. Finalmente uma brecha se abre e ambos conseguem sair de dentro da criatura, deslizando em meio a diversos fluidos que eram expelidos pelo vorme. Uma cena nada gloriosa, mas certamente os bardos achariam uma forma de romantizar esse momento.

O mago segurava seu ombro esquerdo, as pancadas pareciam ter causado algum dano, mas tentava não demonstrar dor. Trizan vira suas costas para Duraha, agacha-se levemente, e vomita. Em seguida levanta-se, apanhando um lenço de seu bolso interior que permanecia quase limpo para limpar seu rosto, tentando se recompor. Eles não estavam seguros ainda, os dois eternos restantes não estavam à vista.

Reforços para esses zumbis estão a caminho, precisamos encontrar aliados. Guilda Azorius ou Boros eles devem... - Trizan interrompia a si mesmo, passos de uma marcha uníssona podiam ser ouvidos - Lá vem eles…

Trizan olhava a seu redor, precisava sair dali rapidamente, precisava de uma montaria. Mas não havia ninguém ao seu redor.

"Você sabe o que fazer… A resposta está no seus sonhos, ou melhor, pesadelos” - Trizan conversava com sua própria consciência com seus olhos fechados. O mago tentava ser discreto em relação à mana negra, não era algo bem visto no senado, mas o único presente era o caçador, que não entendia da política Ravnicana. Uma fumaça negra saia de seus olhos, boca, nariz. A fumaça se concentrava em sua frente, crescendo, tomando forma.


Trizan aproximava-se de sua conjuração, montando-se no cavalo negro, ele da alguns passos para frente, queria voltar ao Nova Prahv... O cavalo para, Trizan olha para o caçador.

- Acho que você vai precisar de uma carona. Parece romantico, mas tente não se apaixonar - Dizia Trizan com um sorriso malicioso dando leves tapinhas no traseiro do cavalo, em meio ao pânico havia tempo para seu estranho humor.

A situação na parte debaixo não poderia ser pior: Gruuls. Aqueles bárbaros acéfalos traziam sentimentos mistos a Belian hora lhe causavam desgosto e espanto por sua selvageria e falta de racionalidade e hora lhe causavam admiração pelo espírito guerreiro, rebeldia e sua proximidade com as bestas primordiais o que poderia servir como um bom estudo. Infelizmente dessa vez era o primeiro sentimento que tomava conta do metamorfo. Os Gruuls abaixo tentavam destruir as portas da muralha e digladiavam-se entre si

"Não conseguem ver algum inimigo senão a propria Ravnica?"

E as coisas ficavam mais absurdas. Adentra na sala escorregando por um tobogã de gelo aquele que atormentava Belian no sonhar, o portador da praga, o que causava a extinção de todos os metamorfos. As mão de Belian acariciam suas adagas envenenadas com ódio mas então os sentidos do eterno alado tomam conta do metamorfo. A visão do eterno revelava que ele ainda estava no alto da torre, dessa vez observava uma moça cujo peito cintilava tal qual a energia que Belian. O eterno voava para ceifar essa vida!

CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK!

As surpresas não paravam, o tilintar agora familiar das armaduras azuis era ouvido bem próximo e em grande número. Um exército se aproximava

"A melhor escolha seriamos nos defender nessa fortaleza, juntos. Um trabalho difícil mas factível. Os outros podem fazer...tem algo que deixei em aberto"

Belian então corre com suas patas de aranha pela parede  em direção ao topo da torre e quando tivesse a mira para um bom arremesso limpo atacaria uma de suas adagas envenenadas no eterno alado, de preferência em suas costas.

"Gloria pra quem é de gloria, sombra pra quem é das sombras"

Simba e Belian

A vida do leonino era uma montanha-russa, sempre fora, ele só não esperava que fosse literalmente. De uma bola de fogo e metal em alta velocidade, transformou-se em um joguete num tobogã gigante de gelo, a viagem fez o cérebro já confuso de Simba ainda mais zonzo pela movimentação. Uma dama de gelo acima e uma de metal à sua frente, parecia que a sina do mirraniano era estar encurralado. Ele se justifica à oficial, que mantém a postura mas relaxa um pouco.

Por favor, então mantenha suas armas embainhadas para averiguação, não fala nenhum movimento brus...

Simba então volta a manipular o metal com maestria, dissolvendo sua carapaça metálica novamente em forma de cimitarra e de uma lança típica de sua raça. Aisha olhava de canto de olho para o pelotão que se aproximava marchando no lado oposto da praça.

Senhor, estamos em estado de sítio!

Ela gritava para o oficial mais velho para o outro lado, acima a planinauta gélida conjurava e rodopiava nos céus entre plataformas e escudos gélidos, o aviano eterno não dava trégua entre gasnidos e golpes de foice, a neve caia mais forte por cima da guarnição.


O leonino então bradava palavras de liderança, ao passo que Belian parcialmente invisível como uma aranha sentia a fúria ao ver Simba, seria o rancor grande o suficiente para um assassinato frio em meio à guerra? A ação principal o tirara de tais devaneios, pela mente do eterno o metamorfo podia sentir o ódio, mas também despesero. O gelo grudava no corpo e nas asas do aviano, o deixando pesado e lento, manter a altura não estava sendo uma tarefa simples.

Avante ravnicanos! Avante planinautas!

A planinauta bradava em fúria, seus olhos agora abertos, exalavam uma pura energia azulada. Neste instante ela avançou com um grande escudo que portava saltando para frente, e acertou o aviano no ar.

CRÁÁÁ!!

Ele desesperado tentou manter o vôo, só não esperava a adaga envenenada que acertou em cheio às costas da ave, que deu um doloroso gasnido final.

Crááá...

E despencou em queda livre, assim como a planinauta, que olhava fixamente ao ponto onde Belian estava invisível.

Obrigado!

Próximo dali, o castelão parara de atirar pedras inúteis no ogro que seguia a esmurrar a porta. Rumou correndo para a torre principal da guarnição correndo.

Sigam defendendo as ameias! Eu vou reforçar os portões! Lysa venha comigo!

Sim senhor!

Recruta e veterano então partem, Aisha corria de volta para as ameias e ignorava o leonino, não o considerava a ameaça principal agora. A boros puxava uma aljava pesada, e começou a colocar óleo na ponta das flechas.


CRASH!

A queda do corpo do aviano morto foi violenta, num emaranhado de cristal e penas, em seguida dele a criomante conjurava uma fofa e densa estrutura de neve que amortecera seu impacto.

Eles são muitos de fato gato...

Ela levantava-se em meio à neve.

Espero que este seu espírito de luta seja do tamanho do exército deles, resistiremos!

Aisha então preparava flechas com fogo, e fitava a marcha a sua frente, havia tensão em sua voz.


Não ninguém mais aqui vivo... Somos só nós contra os mortos... Que Aurélia nos abençoe...

A criomante então imbuída de poder gélido começa a conjurar uma poderosa nevasca.

Duraha e Trizan

Engolidos inteiros por um vorme, com certeza essa seria a última coisa que a dupla de planinautas poderia imaginar quando acordaram nesta manhã. Mas eram tenazes, e não seria um pequeno contratempo destes que os tiraria da linha e assim, num esforço combinado, de carne e couro rasgado, a um puxão certeiro e preciso com a corrente, Duraha e Trizan estavam a salvo, ao menos por enquanto.

CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK!

A marcha de metal continuava a soar, próxima e mortal, o pelotão começava a se esgueirar por entre as escadarias próximas, passos ritmados em perfeita ordem, como uma marcha de clones assassinos. Trizan então não perdera tempo, ainda que sacrificasse parte de seu disfarce na conjuração negra, e conjura um portentoso pesadelo, que serve de montaria para a dupla que parte aos céus.

De cima a visão da cena era mais completa, podiam ver os pelotões de eternos vindo, quase se aproximando do dorso do agora pútrido vorme que jazia caído expondo suas secreções pela praça. Do lado oposto, podiam vislumbrar os altos muros de uma guarnição boros, bem como uma torre que se destacava ao centro, estranhamente coberta de neve. A edificação embora forte, dava sinais de batalha recente, bem como ao pé do muro posterior jaziam o mago líder e seu companheiro caídos e enroscados. Certamente o prédio seria um bom refúgio de guerra, era quase sem acessos e com muros altos e largos, e porque ele parecia tão vazio? Com certeza deveria aguentar um cerco de dias, até semanas com provisões adequadas. A não ser é claro, que a ameaça houvesse atacado por cima dos muros...


CRÁAAAAAAA!!!!

Uma dupla de avianos vem com uma rasante do meio das nuvens negro acinzentadas no céu, em alta velocidade portam pequenas foices em ambas as mãos, passariam rápido, um deles visando degolar o pesadelo e o outro, Trizan.

Teiven

Alheios à guerra a sua volta, estavam os clãs gruul, ainda que Ravnica desmoronasse, pareciam mais entretidos em disputar o posto de guerreiro mais forte ou mais inconsequente. E assim era pra Teivem e para o ogro Jaharg. Este último, sabendo que sua limitação física não o permitiria um combate longo, parte para um ataque pesado de carga. Seria mortal para um combatente mundano, mas não para o experiente gigante, que usando de seu escudo e porte físico, bloqueia firme o encontrão e alveja o coração de seu oponente.

BLAM!! SQUASH!!!

O sangue do ogro tinge os ladrilhos enquanto seu corpo cai inerte aos pés de Teiven.

Nãooooo! Desgraçado!!!

O goblin brada estarrecido sobre a queda de seu campeão, ao passo que o outro ogro nada parece afetar-se, e segue esmurrando com ódio o portão da guarnição boros. Os humanos por sua vez comemoram entre si pela pejela vista, batendo-se com os braços uns nos outros. O goblin corre na direção dos dois.

Aquele desgraçado matou Jaharg! Vamos acabar com ele!

Os humanos parecem confusos, e começam a discutir entre si se deveriam atacar Teiven ou ajudar o ogro à derrubar a porta novamente.

CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK! CHAK!

O pelotão então adentra a praça, começando a descer os degraus do acesso posterior, vinham próximos e com velocidade.

Mas que porra é essa? E que frio desgraçado é este?

A neve então atingia a praça, e em segundos, a neve se tornou uma geada, e congelou todo o chão dali. Incluindo os pés de Teiven, do goblin, dos humanos e do ogro.

E agora Ralff? Devemos bater no ogro, no gigante ou no gelo?

Não sei Klarkk, mas os esqueletos azuis parecem perigosos...

CRASH! CRASH! CRASH!

A idéia fora boa, contudo, o pisar do lazotep era pesado e afiado, e conforme avançavam, os eternos rompiam a cobertura de gelo.

Mapa:

Escudo do Mestre:

A adaga bate contra a carapaça metálica e perfura a carne do alvo, já exausto pelo confronto com a habilidosa criomante, e despenca das alturas para seu ultimo pouso. A portadora da centelha também está em queda mas seu rosto está tranquilo

- Obrigada!

"Como!?" - Belian questionava-se intrigado com a capacidade da maga de gelo conseguir detectar sua presença enquanto seu coração palpitava e tentava fazer com que o metamorfo agisse.

-Asas... - sussurrou o senhor do Sonhar enquanto bolava um plano para preservar a vida daquela possível aliada. Entretanto, aquilo não era preciso e  antes mesmo do corpo de Belian transformar os pensamentos em ação, uma fofa montanha de neve surge na sacada aparando a queda da maga.

Belian então sorri aliviado por um momento até lembrar do restante dos problemas que tinha que lidar: O portador da praga e o exército invasor.

O metamorfo ainda pode ouvir a maga direcionando a palavra ao leonino, o que momentaneamente enfurece Belian até que uma nevasca repentina toma conta do pátio.


"Tem razão, todo aliado importa agora. Uma guerra por vez"

Belian sorrateiramente desce pelas paredes e ainda invisível se posiciona na sacada ao lado da maga de gelo, com a certeza absoluta de que ela o via. Olhando para ela assume uma nova forma revelando-lhe sua verdadeira natureza caso não soubesse , enquanto põe a mão em frente aos lábios como quem pede silencio


Por fim torna-se visível, revelando-se ao demais e quebra o silencio como se nada mais estivesse acontecendo


- Grulls são bestas selvagens, alguma vez já viu um Grull com rugas? - Belian falava sereno enquanto apontava para o gigante com os pés congelados abaixo deles. Antes que qualquer um pudesse responder o que ele acreditava ser uma pergunta retórica, prosseguiu:

- Quase todos morrem jovens, esse já é um ancião entre eles. Só se vive tanto sendo um Grull com o mínimo de sabedoria, sabendo quais batalhas lutar - Belian discursava para a maga como quem espera aprovação

- Olhe os demais... não vão durar dois golpes. O gigante por sua vez tem postura sou capaz de apostar que derruba 10 antes de cair. Prefiro ele aqui! Parece mais aberto a conversa que os demais, e se não estiver...bom é um Grull, não é como se fizesse falta em Ravnica!

Belian então começa a concentrar mana azul massivamente em suas mãos

- Veremos se ainda sou bom em ler indivíduos.

A mana azul concentrada voa com o vento gélido e adentra a cabeça de Teiven. Na mente do gigante uma porta aberta apareceria com uma grande luz atrás tornando impossível ver além da abertura da porta. Dentro da cabeça do gigante uma voz diferente daquele costuma ouvir quando, as vezes ,pensa seria ouvida e ela diria:

- Abrigo


Se Teiven passasse pela porta Belian saberia que sua oferta foi aceita e abriria o portal levando o gigante a torre junto com ele. Sem mana para trazer todos Belian arriscou trazer o Unico deles que parecia útil e capaz de seguir alguma estratégia


Sem olhar para a face do felino, o metamorfo profere algumas palavras em tom hostil

- Simba! Raksha! Ou seja lá que nome vai decidir usar dessa vez. Não se aproxime. Não precisamos travar nossa guerra agora...

As mãos de Belian estavam prontas para sacar suas adagas agora que sua mana azul demoraria um tempo para  se concentrar.

O leonino segurava firme sua arma, alguns pelos do seu corpo se arrepiavam, a iminência de uma nova batalha sempre o deixava agitado, afinal de contas ele nunca pôde de fato se preparar para das batalhas de sua vida e todas elas sempre foram por pura questão de sobrevivência. Mudou a direção de seu olhar para o alto, observou a mulher de gelo atacar e saltar, viu um brilho estranho cortar o ar pouco antes da criatura cair com tudo ao chão. Mais daquela areia branca se formou no ambiente, envolvendo chão e caindo dos céus como a chuva. O mirraniano buscou com os olhos quem teria atacado a criatura anteriormente, mas foi seu olfato quem lhe mostrou um cheiro peculiar na região.

Simba: Cresci em meio a guerra, mulher da areia gelada, ela faz parte de mim, infelizmente.

Pensamento: Ferrívoros me mordam, porque ela me chama de gato?!

E como se nunca tivesse estado ali, deixando apenas algumas poucas marcas no chão nevado, uma figura de vestimentas estranhas e uma fisionomia um tanto perturbadora. O leonino cheirou fundo uma vez mais, certamente era o mesmo estranho cheiro que sentiu antes, então era um possível aliado; O ser proferiu algumas palavras, parecia entender a respeito das criaturas a qual discutiam, chegando a citar algumas palavras que era desconhecidas para o leonino, que assim que fez menção de falar algo, ouviu algo que lhe tocou. O leonino virou-se de vez para o ser, sua arma estava abaixada, nenhuma postura ofensiva ou intimidante, parecia mais como uma criança - ou filhote - perdido.

Simba: Esse nome... Eu não sei quem é você, criatura, mas Raksha... O que sabe sobre meu pai?!

Por um segundo os seus olhos se encheram de esperança, mesmo em meio a todo aquele caos

-Pai? Pra mim vocês sempre foram os mesmos...sempre trouxeram a praga, sempre causaram a extinção...

Belian então se perde em seus pensamentos por um instante enquanto revive uma série de eventos em sua mente...

- Se bem que... Claro, por isso eu venci dessa vez. Não era o exterminador, era apenas um filhote. Você também é doente filhote de Raksha?

Cada palavra dita por aquele ser estranho era parte gradual da mudança do semblante do leonino, outrora esperançoso por acreditar que o estranho saberia onde estaria o maior dos khãs, agora com um semblante de raiva, ira, com seu coração batendo forte o suficiente para um pulsar quente de seu sangue. Em um ímpeto de ação o leonino avançou de vez contra o metamorfo, sua mão livre lhe apanhou pelo pescoço e empurrou em direção a parede logo atrás


Com seus labios tremendo em instinto selvagem, quase rosnando e mostrando as presas, ele aproximou-se bastante

Simba: Não somos a praga, ela veio até nós! Mas você venceu meu pai? Quer dizer que o matou, criatura?!

O marchar das tropas atrás, a neve que caia fria sobre seus ombros, nada pareceu ter outro foco daqueles olhos que demonstravam pura ferocidade. Diferente de seu pai, que conseguia ter paz em meio ao caos, Simba nunca aprendeu a controlar a fúria dentro de si

Do alto era possível ter uma ideia do caos que se instalava em Ravnica. As tropas azuis marchavam em direção a fortaleza Boros no que parecia ser uma colisão iminente. No entanto, sinais de um combate recente eram vistos na área. Uma estranha neve podia ser vista, que Trizan imediatamente reconheceu não como neve natural, mas produzida por mana.

“Interessante…” Pensava Trizan. Talvez deveria investigar o local? Poderia ser outro mago azul?

Infelizmente não havia pausas para ponderar no meio de uma guerra. Enquanto o pesadelo galopava pelos céus de Ravnica, dois eternos surgiam em ímpeto num ataque direto.

- Tente não cair - Dizia Trizan a Duraha enquanto comandava seu cavalo em uma manobra defensiva.

O pesadelo então mergulha em direção a torre Boros (4) tentando evitar o ataque de ambos os ladinos. Enquanto cavalo e a dupla mergulhavam de cabeça, o golpe de um dos avianos atinge a pata traseira da criatura, decepando-a.

“Hiiinnn” - Relinchou o pesadelo agora sem uma pata. Ao invés de sangue, uma estranha neblina negra era emanada da ferida. Trizan sentia o voo ficando instável à medida que a criatura movia suas patas erráticamente lidando com a dor.

- Temos que derrub… - Mal pode completar sua sentença, Trizan notava o caçador arremessando o que parecia ser um machado. Tinha ele desistido das flechas?

O mago olha sobre seu ombro, avistando o segundo aviano (não alvejado por Duraha). Rapidamente Trizan conjura projéteis brancos que pareciam correntes luminosas. Esse feitiço visava imobilizar o inimigo puxando-o para o solo.

O leonino se aproxima impetuosamente e ergue Belian pelo pescoço e o coloca contra a parede aproximando o focinho rente a face do metamorfo. Belian instantaneamente segura a respiração e todos os poros da máscara fecham-se tornando-a lisa. Algumas válvulas laterais se abriam soltando vapor e tinham objetivo de purificar o ar, uma invenção Izzet certamente.


Ao se sentir seguro Belian solta o ar e fala ofegante.

- Se a praga veio a você ela vai te achar aqui. Imbecil! Sua raça transporta a praga. - Belian força um dos braço contra Simba para afrouxar um pouco a passagem de ar pela garganta enquanto a outra mão aproxima sutilmente uma adaga envenenada do abdomen do leonino

- As batalhas são ganhas primeiro na mente filhote! E você eu ja venci, ao contrário de ...

- SIM

Belian então projeta toda sua força muscular aos membros superiores e empurra Simba alguns passos pra trás enquanto os olhos por trás da máscara de Belian pareciam provocar o filhote.


Belian então põe as mão ao chão e por fim completa o transporte de Teiven que surgiria entre Simba e Belian

Simba e Belian

O vento gélido batia forte sobre as ameias da guarnição boros, contrastando com seu habitual clima quente de forja. A criomante de braços abertos ia dando forma a seu tapete gélido à frente da estrutura, alheia a discussão que ocorria em suas costas. O metamorfo tomara a palavra, ao passo que rompia seu disfarce ilusório, Belian discursava em favor do gigante gruul metros abaixo, parecia estranho de sua parte. Aisha levantou de seu lugar com a aljava de flechas em mãos.

Você esteve ai por quanto tempo ser das sombras? Identifique-se!

Havia menos firmeza em sua voz do que ela gostaria, estava estafada da guerra e dos invasores estranhos. Ainda mais dos com discursos desconexos sobre outras guildas.

Invadiu esta guarnição para o discurso?

Ela então desembainhou sua espada e aproximou-se do dimir a passos calculados. Mas ele não prestava atenção nela, voltava sua voz para um tom mais rude, parecendo alfinetar o estranho guerreiro leão na outra extremidade da ponte. Os dois então começam uma discussão, a boros segue observando a dupla com atenção, segurando forte sua arma.

Estou numa guerra, cercada por loucos...

Simba então com violência, apanha Belian pelo pescoço e o joga para trás, suas palavras cheias de rancor e ódio.


O que diabos vocês estão fazendo?

A criomante havia se virado, e presenciado a cena.

Minha cobertura de gelo não funcionou... precisamos de táticas mais eficientes do que agarrões em pescoços, gato!

Ela ajeitava seu grande escudo com um sinete azorius no braço esquerdo.

O dimir não é um inimigo, não hoje!

Ela então voltou a fechar seus olhos, que pareciam de mana pulsante.

Sou Iris, a Esperança do Amanhã...

Ela então deu um longo suspiro e ajeitou os cabelos com a mão direita.

Planinauta e arquivista da biblioteca de Nova Prahv...

E girando o rosto olhou em volta, ainda de olhos cerrados, passando por Aisha, Simba e Belian.

E precisamos salvar esta cidade!

Duraha e Trizan

Presas fáceis. Eram os pensamentos de Duraha e Trizan. A dupla de planinautas se esgueirava ágil nos céus de Ravnica para evitar o caldeirão borbulhante de morte abaixo, todavia, como uma guerra deve ser, os céus pareciam menos seguros, ainda mais levando em consideração a habilidade de um senador em domar um cavalo fantasmal alado. O caçador mostrava mais habilidade, era dado em situações extremas e mestre na contenção de feras selvagens, não seria uma ave de pedra a meter-lhe medo.

CRÁÁÁÁ!!!! CRÁÁÁÁ!!!!

E os eternos gasnavam, o gasnar rouco da morte fria e servil. O ikoriano faz o primeiro movimento, girando seu peculiar machado e lançando-o em direção de seu algoz.

CRÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!

A ave faz um movimento ágil no céu, e evita o impacto contra o machado, contudo, o mesmo não contara com a habilidade em laço de Duraha, que, com um puxão preciso, emaranha o eterno em sua arma.


CRÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!

A fera se sacode e grita, parecendo que quanto mais se movia, mais ficava presa nas farpas elétricas. Ao passo que um ataque fora evitado, o mesmo não podia se dizer do outro. Com um golpe rápido de uma de suas foices, o eterno alado amputara uma pata do pesadelo montaria, que relinchou sombrio e doloroso. Trizan percebe a instabilidade iminente de sua montaria, e parte para uma nova conjuração de correntes, estas longas surgem de um círculo rúnico simétrico da praça, e velozes prendem-se aos tornozelos do algoz zumbi.

CRÁÁ!!!

O eterno primeiro olha com desdém para a corrente luminosa, contudo ao passo que ela começa a tragá-lo para o solo ele bate violentamente as asas, brigando para manter sua altitude ante a força da corrente mágica, ao passo que a golpeava com as foices de modo desajeitado.

CRÁÁ! CRÁÁ!

Com Duraha segurando forte seu laço elétrico no eterno desesperado para ajudar, a empreitada de domar o pesadelo ferido no céu e estável era sórdida para Trizan, mas tudo que já não estava fácil sempre podia piorar...

INDRAK!!! LEAFFA!!!

A voz seca era conhecida, cheia de ódio e dor, vinha do corpo moribundo do líder que convocara o vorme. Estava caído rente ao muro posterior da guarnição, sua cobertura de lazotep rachada, e sua metade superior do corpo separada da inferior. A mágica fora seu suspiro final, desabando logo em seguida. O projétil foi rápido e certeiro.


A folha navalha perfurou o pesadelo em seu âmago, a criatura se contorceria e então voltaria a ser sombras. Seus ocupantes? Duraha mantinha-se preso por seu machado-corrente no eterno que voava errático entre choques e dificuldade para vôo, Trizan caia em queda livre. Na praça abaixo, o destacamento chegava ao centro, em pouco tempo estariam nos fundos guarnição.

Teiven

O sangue espirrado e quente, poucos guerreiros saberiam o prazer deste momento. Teiven era um deles, o guerreiro veterano ainda regozijava ao ter seu prêmio. Ele volta a vociferar ao golbin escárnio, mas sua atenção voltava-se para a mana em seu interior e ao perigo iminente do exército de eternos.

E então a neve caia, de início em flocos e depois numa forte geada. O chão à frente da guarnição fora congelado, os humanos esfregavam-se com seus braços e peles para aplacar o frio gélido, o golbin por sua vez saiu quicando em direção à porta da guarnição, enquanto levantava seu dedo médio a Teiven, o ogro por sua vez, continuava a esmurrar a porta.

Morra congelado gigante de merda!

Mas o gruul estava concentrado, como se não bastasse todos os seus problemas, uma voz estranha invadiu sua mente com uma estranha proposta. Ele hesita e reflete, considera que os laços de guilda não eram importantes naquele momento, precisava da melhor opção possível.


CABRUUUUMMMM!!!

Um gigantesco trovão despenca do céu em direção a tropa de eternos, inesperado como foi, lança uma dúzia deles despedaçados ao céu e outra dúzia para trás em cima de seus companheiros. Quando a luz do raio some, o gigante já não estava mais lá.

AVATASSI!!!


Um voz de liderança partia da quarta fileira, e irritados os eternos sacam suas armas em posição de combate e agora partem correndo em direção à guarnição, seus passos rápidos vão estilhaçando a camada de gelo de Iris. Ralff e Klarrk entreolham-se, e com dificuldade correm em meio ao gelo de tacapes em punho.

Pelos clãs!!! Pela liberdade!!! Pela destruição!!!

O goblin vendo aquilo arregala os olhos, e sobe nas costas do ogro.

Arrebente esta porta logo ogro idiota! O gigante além de imbecil é covarde! Provocou os inimigos e nos deixou à própria sorte! Nós, seus companheiros de guilda! Borborygmos saberá de tamanha deserção!

Simba, Belian e Teiven

O gigante então materializa-se sobre a ponte das ameias, empurrando Simba um pouco para trás.

Por Aurélia!!!

Aisha sente o medo percorrer sua espinha ao ver o gigante ensanguentado surgir, Iris dá dois passos para trás.

Mas o que?

Ao passo que a cena de choque pelo teletransporte do gruul acontecia, o som de grevas batendo rápido pelas escadas de pedra é ouvido, assim como a respiração ofegante do castelão.


A porta está reforçada! Mas eles são muitos! Estão vindo pelos fundos da guarnição também!

Lysa completa a frase.

Aumentaram o ritmo da marcha! Chegarão aos muros em minutos!

O veterano boros olha desconfiado para o peculiar trio em seu castelo, mas não podia se dar ao luxo de leis e escolhas agora, precisavam sobreviver.

Aisha! Lysa! Vamos com as flechas!

Ele apontava para as recrutas a aljava de Aisha, que acendiam as setas e começavam a disparar das ameias.


Vocês! Façam algo! Ajudem!

Iris vira-se ao castelão, esfregando a mão na testa, e desmaia.

...

Lá embaixo, o sons dos gritos da dupla gruul era agora de dor e sofrimento, e não mais coragem, assim como o som de lâminas cortando carne. A batalha da guarnição começou.

Arrrrrghhh!!!!

Mapa:

Escudo do Mestre:

Que tipo de criatura era aquela? Seu rosto se moldava como uma substancia aquosa, ele assumia uma forma distinta e falava como alguém que parecia realmente conhecer do que era dito. Aproveitando da dúvida do leonino ele conseguiu a brecha que precisava, empurrando o leonino para trás espaço suficiente para fazer um ser extremamente grande surgir entre os dois

Simba: Então é uma luta assim que...

Antes que pudesse terminar de falar ou assumir uma postura ofensiva para o gigante a sua frente ele ouviu os passos metálicos se aproximando, acreditando ser outro inimigo ele deu um pequeno salto para trás e voltou a observar melhor as coisas, balançando a cabeça em negativa a si mesmo, tentando ser um pouco mais racional enquanto ouvia os armadurados ali

Simba: Nossa conversa não acabou, aberração

Ele deu as costas, virando para as ameias, parando apenas por um segundo

Simba: Não morra.

Seguiu então com passos agitados, passando pela criomante e apenas acenando em positivo com a cabeça, parando ao lado dos que estavam disparando as flechas e observando aquela tropa interminável. Respirou fundo por um momento, buscou qualquer estratégia ali, não se abateu ao ver os seres diferentes logo abaixo perecendo na guerra - afinal, era guerra. Por alguns poucos e longos segundos ele olhou tudo a sua volta e lembrou-se dos cercos em Mirrodin.

Simba: Os disparos são úteis, mas estão perdendo tempo, precisariam disparar dez vezes mais rápidos para ter alguma efetividade nisso! Não sei quais mudanças meu corpo teve desde que cheguei aqui, mas não sinto que possa fazer nada contra todos eles, então faremos juntos, usarei o que sempre usei. Banhem poucas flechas e se preparem!

Suas mãos e pernas lentamente pareciam se envolver no metal que cobria seu corpo, sendo banhadas pela substância de cor prateada, ele então segurou com força o calderião de óleo a sua direita com força, estava cheio e pelo tamanho era bem pesado, mas a força do leonino parecia já não ser a mesma e arrancando a caldeira do chão ele a arremessou em pontos críticos das tropas a sua frente, para espalhar todo o óleo no maximo possível de eternos, em pontos que estrategicamente falando iriam prejudicar tanto sua marcha quanto sua entrada nos muros

Simba: ATIREM!

E após o primeira caldeirão ele partiria para o segundo e quantos mais tivessem ali naquelas ameias, buscando diminuir o máximo possível o número dos atacantes e dar qualquer margem de sucesso para aquela batalha

Trizan se esforçava para permanecer montado em seu pesadelo, mas era muito instável, e o mago reconhecia que não era sua melhor habilidade. De fato, a linha de frente de qualquer batalha nunca foi sua primeira escolha. As correntes que havia conjurado foram suficientes para atrasar um dos avianos, ao passo que o segundo parecia ter sido dominado por Duraha.

- Precisamos ir ao solo! - Gritava Trizan numa tentativa de se comunicar com o caçador em meio aquela bagunça.

Mas onde? Num cenário quase que apocalíptico não havia um local seguro. O mago observa a guarnição Boros próxima. Seria uma boa escolha, ele poderia se identificar como senador e conseguir alguma proteção. Isso, claro, assumindo que a fortaleza não havia caído.

Trizan concentra-se, seus olhos se fecham. Ele vasculhava a região com sua telepatia, tentando verificar se a região era segura.


Algo imediatamente capturou a atenção do mago. Como se estivesse vasculhando um oceano e se deparasse com um redemoinho, Trizan encontra outro adepto ao mentalismo.

“Eu te enxergo"

Trizan abre seus olhos, seu cavalo fora destruído... Encontrava-se em queda livre.

“Entre…”

"Você esteve ai por quanto tempo ser das sombras? Identifique-se!" - A voz  austera questionava de maneira impaciente o metamorfo que terminava de transportar o gigante para a sacada da ameia. Teiven realmente parecia um aliado admirável e talvez tivessem qualidades que Belian quisesse estudar mas o senhor do sonhar já havia tentado contatar seu plano desde que tudo começou e este parecia estar inacessível. Mesmo com a guerra à porta ele não podia evitar de agir como sempre agiu: um eterno estudante das mais diversas formas de vida. Com tempo suficiente Belian preferia estudar os espécimes em cativeiro antes de disseca-lo e descobrir as especialidades de cada pequeno órgão contido naquela criatura. Quando o tempo para pesquisas estava curto Belian liberava seus desejos mais assassinos , o que era uma grande conveniência aos Dimir já que seus métodos de estudo eram mais condizentes com os Simic, e nesses casos ele simplesmente dissecava o alvo e então consumia suas memórias.


Era sim que Belian conseguia assumir as mais diversas formas e combina-las...

-Tempo suficiente para tê-los executados se suas vidas me adicionassem algo... - A mana negra pulsava fortemente nas veias do metamorfo aflorando ainda mais o espirito predatório de Belian, provavelmente devido ao desequilíbrio da mana azul e negra em seu corpo no momento atual

Iris então intervém na discussão entre Simba e Belian e o felino parece dessa vez ceder a paciência de Raksha, o que assustava o metamorfo visto que a única vez em que venceu o confronto com o portador da praga foi devido ao ímpeto irracional de seu adversário.

"Nossa conversa não acabou, aberração.

Ele deu as costas, virando para as ameias, parando apenas por um segundo

Não morra."

- A minha morte seria um desperdício imenso para o universo... muitas vidas habitam e existem em mim. Você me chama de de aberração mas eu posso ser o recomeço de muitos. Fique tranquilo filhote, eu já vi minha morte e também já vi a sua. Não é o momento...


Iris então cai ao solo exausta pela conjuração da grande geada.

"Talvez eu devesse ficar por perto. Se estiver morta bom...pode ser um ótimo estudo. Quantos segredos de phrav estariam nessa mente.

O pensamento de Belian é então interrompido e uma voz ecoa em sua mente

“Eu te enxergo"

“Entre…”

Era o convite de um telepata habilidoso o suficiente para encontrar a assinatura do metamorfo e Belian aceitou o convite.

Ao adentrar na mente do individuo um escaravelho Dimir brilha discretamente no céu. Pilhas de livros. Um contrato. Prhav,


A mente de Belian revelaria  o que estava em sua superfície: um laboratório rodeado por diversos escaravelhos, uma sala com um gigante sem vida suspenso por correntes, um cérebro em jarra, um belo mausoléu com um leonino dentro selado magicamente.


Belian então consegue sentir que o telepata está em queda livre próximo ao local que estava. Precisava de maioridade numérica de guilda pelo menos.

"Simba..Praga...Estudo...Aliado...Queda"

- ACHEI! - Belian anunciava a descoberta que somente sua mente entendia. Colocando ambas as mãos no chão, uma de cada lado do corpo, mana preta é acumulada. Na parte debaixo da guarnição um buraco se abria embaixo do corpo do eterno Aviano que jazia morto, fazendo cair nesse buraco. Nos céus, na trajetória de Trizan um buraco de mana negra também se abriria fazendo com que a queda livre o joga-se buraco a dentro.


Dentro da guarnição ambos cairiam do teto. Trizan primeiro e o corpo do Aviano logo em seguida. Belian precisava do corpo do Aviano melhor preservado para seu estudo.

Belian então corre até o novo aliado

- Um resgate improvisado para um momento de crise. Preciso preparar algo para nos ajudar. Mantenha o perigo longe de mim, senador!

Belian então começa a expelir um kit de facas e serras do interior do seu corpo. O experimento iria começar.

"Parte de ser um predador é saber como acabar com cada presa..."