Aventura - Horas Antes do Fim

O encantamento de Triza foi bem sucedido. Uma teia telecinética manteve os escombros da guarnição firmes ao ar de forma que seus aliados pudessem evitar o pior. O combate contra Rhonas havia começado. Não era um começo promissor, o deus da força desfazia o golpe de seus oponentes com desdém, como se fossem cócegas. Força bruta claramente não era a chave da vitória.

Ao mesmo tempo que Trizan havia salvado seus aliados, os inimigos também se beneficiaram da técnica. Dois eternos partiram para o ataque, Íris despacha Lysa em uma tarefa importante, a qual Trizan não entendia completamente, mas sabia que deveria dar seu suporte. Iris bravamente se coloca com o escudo entre o mago e as criaturas, mas fora gravemente ferida e o mago agora era o alvo dos eternos.

Iris: Senador! Proteja-se! Eles estão avançando!

O alerta de Íris traz a atenção de Trizan aos eternos à sua frente. O dimir estende suas mãos à frente de seu corpo Ele ainda tentava manter alguns blocos flutuando, mas a maioria começava a sucumbir à gravidade. Ele deveria conjurar algo simples; um cone de mana azul, quase transparente e com um aspecto de poeira fina, é emitido pelos seus dedos. Essa poeira envolve os eternos, enfraquecendo-os por um período de tempo.


Pronto, agora vocês têm uma aparência mais agradáv…

Boooooom

Mal terminando sua frase, Duraha mergulhava sobre os eternos violentamente.

- Uau, bom te ver novamente, caçador. Feliz que você esteja vivo - Trizan saudava o guerreiro com um aceno com a cabeça - Eu imagino que você esteja terrivelmente confuso. Isso é uma guerra entre planinautas. Alguns desses à nossa frente são, pelo menos nesse momento, aliados

Trizan notava o ferimento de Iris.

- Você está bem? Acredito que aquele orb mereça nossa proteção. Duraha, eu preciso que você, mais uma vez, deposite sua confiança em mim.

“Lysa carrega um orb que parece estar conectado com esses eventos, preciso de você a proteja” - Dizia Trizan, agora telepaticamente. Também telepaticamente, o mago transferia informações sobre os acontecimentos na guarnição. “Eu tenho um encontro com Deus agora”

A este ponto, praticamente todos os entulhos da guarnição estavam no solo, com exceção daquele que Trizan usava como plataforma. Com um gesto em suas mãos, a plataforma eleva-se e Trizan ganha uma melhor visão do campo de batalha.

- Vamos ver o quão robusta essa sua couraça é…

Alvejando Rhonas, Trizan conjura seu feitiço de definhamento visando reduzir significativamente os atributos do oponente

Belian e Simba

O combate segue feroz entre os planinautas e os devotos de Nicol Bolas. O céu de Ravnica era em tons mesclados de preto e um laranja escuro, permeados pelos rastros cintilantes das centelhas dos que caíam. O plano densamente povoado, via sua população ruir bem como sua rica arquitetura. Este era o preço por abrigar uma guerra entre estrangeiros, que de uma forma ou de outra, eram seu fim e sua salvação.

A praça de acesso à vigésima terceira guarnição boros já não existia mais, bem como a guarnição. No lugar, uma grande depressão de entulhos, à melhor moda de Skarrg. Ali, gigantes colidiam numa batalha de proporção épica. O colosso de Theros ia com fúria exalando mana vermelha nos olhos, sua espada de pedra mirava seu conjurador Belian. O choque do golpe acontece, mas não como esperado. A arma é aparada pelos braços extras do dimir em formato de besta, que parece não sofrer danos.

Vento Cinzento: Interessante...

Contudo, o lobisomem não teve tempo para uma grande análise. Já que, aproveitando da espada como um trampolim, o mirraniano Simba galgou em sua direção como um amoque de garras afiadas. O ataque veio com potência, mas o planinauta lobisomem tinha a agilidade como sua maior arma e deu um salto para trás, evitando o golpe. Agora estavam ambos frente a frente em cima do elmo do colosso.


Vento Cinzento: Você é fraco...

A voz gutural novamente era carregada de ironia.

Duraha e Trizan

Mais abaixo do confronto de grandes proporções, novas alianças voltam a acontecer. Trizan estava em perigo, e mesmo com algum esforço, Iris não fora rápida o bastante para proteger o senador, que sustentava telecineticamente os escombros da guarnição. Os eternos então partiam para o ataque, neste meio tempo, com esforço arcano incrível, o dimir liberou uma mágica transfigurativa. Alguns escombros então já despencavam.


Eternos: Ribbit? Croach?

De início a dupla parou confusa, mas logo mesmo em forma batráquia partiu na direção do alvo. Os lacaios só não contavam com o projétil que vinha acima.

BOOOM!

Duraha mirou em cheio, obliterando completamente os eternos em forma de sapo, e liberou uma onda de choque que derrubou Iris e os outros dois que a atacavam. A azorius levantando-se com dificuldade olhou para o caçador, de início de forma confusa.

Iris: Quem é v...

Antes de terminar a frase, calou-se em um olhar reflexivo, e sussurrou.

Iris: Ah sim... o quinto.

Teiven

Força contra força. Era o outro embate entre gigantes que acontecia próximo ao colosso e à besta. Frustrado com seu golpe, o gigante gruul logo mescla seu sentimento como um novo desafio, pois assim era seu modo de viver. Rhonas então partira para sua investida, o golpe com cajado alvejou a coxa do gigante, ao passo que o golpe seguinte choca-se com o escudo do gruul, amassando-o e jogando o mesmo um pouco para trás. Teiven então escutaria um discreto sussurro, com a voz sedutora de uma mulher.


?????: Proteja... proteja...

Enquanto a voz acontecia, um brilho arroxeado piscou nos olhos do Deus da Força, que em seguida olhou nos olhos do gigante e assumiu uma postura de combate.

Belian e Simba

Belian não era um metamorfo qualquer, mas com certeza um dos mais poderosos deles, e fazia valer sua fama. Utilizando de sua maestria, converteu seus membros extras em pseudópodes mágicos que correram pelo braço da criatura até devorarem o encantamento de controle mental.

Vento Cinzento: Não é uma questão de comprar... e sim de tomar posse!

O lobisomem olhava agora distante para o dimir, sem retirar sua atenção de Simba.


Vento Cinzento: Os fortes tomam dos fracos, como sempre foi! E Nicol Bolas tirará suas centelhas! Hihihihehehahaha!

A gargalhada fria partia de sua imensa bocarra forrada de dentes, ele então agachou, apoiando suas patas no elmo do colosso, mana preto se esvaia de seus olhos.

Vento Cinzento: Agora caiam em perdição!

O mana preto então partiu de seu corpo, o colosso começou a rachar, estalando enquanto perdia fragmentos aos poucos. Em segundos, a cabeça do mesmo pendeu para o lado, o lobisomem se agarrou nela confiante, enquanto sorria para Simba.

Vento Cinzento: Hihihihehehahaha!

Os braços então cederam, e o colosso começou a desmontar-se, fazendo chover uma nova cascata de escombros pesados abaixo.


Duraha e Trizan

A guarnição finalmente desmoronara de fato. Estafado, Trizan libera os projéteis de entulho para queda, exceto o que utilizava como transporte. Duraha agora voltara ao seu lado, e ao que parecia não havia notado a traição anterior do senador, ou ao menos não se importava.

Iris: Está tudo bem, não precisa se preocupar!

A criomante levantava coxeando um pouco, preparava mais uma vez seu escudo enquanto olhava para a dupla de eternos restantes que se levantava.

Iris: Aquela orbe é extremamente especial, e ela me trouxe até aqui! Não é diretamente por nossa causa que Rhonas veio até aqui... ele foi atraído pelo cruzamento das linhas de força!

O ataque do primeiro eterno bate no escudo de Iris, o segundo ela salta para trás e evita. Mas o apoio com a perna ferida é fraco, e ela tropeça e acaba caindo sobre um joelho.

Iris: Agora tudo faz sentido! Mesmo uma entidade poderosa quanto o dragão planinauta não teria poder suficiente para um encantamento tão poderoso!


Ela então começa a acumular mana azul, seus olhos brilham com mais intensidade.

Iris: Vento Cinzento é um planinauta poderoso, ele não veio aqui como lacaio colher nossas centelhas... ele veio proteger o cruzamento das linhas!

Belian, Simba, Duraha, Trizan e Teiven

Logo então uma sequencia de acontecimentos se deflagra. Mostrando que sua força bruta não repousa apenas em seus músculos, Teiven inicia uma poderosa conjuração de raios, neste interim, o colosso de Belian desmoronava quase por completo, deixando uma chuva de destroços e muita poeira.


KRAKAAAA-BOOOOOM!!!

O poderoso golpe de cima atinge Rhonas em cheio, o deus cambaleia para trás zonzo. Ao passo que em segundos se vê entrelaçado por tentáculos arcanos oriundos de Trizan, que surge levitando em cima de um pedaço de muro, os tentáculos penetram suas escamas causando rachaduras quando então...

KRAKAAAA-BOOOOOM!!!

O trovão reverberado atinge em cheio o deus da força, uma explosão de escamas e lazotep explode para todos os lados, ele guincha caído ao chão se contorcendo. O cheiro de carne podre e queimada era acre, e domina todo o cenário.

Rhonas: SSSSSASSSSSHHHHH!!!


Ele então se levanta, a cabeça ferida, descoberta da proteção do metal azulado, sem um dos olhos. O corpo parcialmente despedaçado, ele se escorava no cajado para retornar à sua posição. A mana verde começava a se esvair de seu corpo, sua cabeça inclinada na direção de Teiven. Ele então ruge e a mana verde toma forma de mágica e envolve o corpo do gruul.


Rhonas!!! AVAAAAASH!!!

A armadura arcana é então desencantada. O deus então se põe em movimento, e serpenteando avança com velocidade na direção do gigante, chegando próximo tenta uma estocada com o cajado no centro do tórax do gruul. Mais atrás, Vento Cinzento havia retornado para sua posição inicial no topo do obelisco, assistia à destruição com prazer.

Escudo do Mestre:

O cheiro podre era estranhamente prazeroso, finalmente Rhonas era ferido. Finalmente o “deus” era exposto à mortalidade. Após desfrutar segundos de satisfação, Trizan percebe que mais investigação era necessária para entender a posição de cada um nessa batalha.

- Iris - Dizia o dimir flutuando mais próximo da azorius - O que esse cruzamento das linhas significa para Bolas? Como podemos usá-lo a nosso favor?

Trizan suspeitava que estavam diante de algum encantamento poderoso. Talvez algum tipo que nunca tenha estudado? O mago sentia-se mais empolgado que nunca. Vento Cinzento e Rhonas eram adversários incríveis, mas Trizan duvidava que o conhecimento arcano deles supera o seu.

“A vantagem pode ser nossa”

Enquanto a luta progredia a sua frente, Rhonas contra atacava, enquanto que o colosso conjurado se desfazia em pedaços.

- Minha cidade natal é mesmo encantadora, não acha Duraha? - dizia o mago com uma expressão de cansaço.

Trizan decide tomar um passo estratégico. Iris não parecia ser familiar com o conceito de urgência ou ir direto ao ponto. Mais do que isso, o dimir especulava o que Vento Cinzento sabia sobre toda a situação. A missão de proteger o cruzamento de linhas fora de fato atribuída a ele?

Trizan flutuava lentamente, em direção ao obelisco onde o lobo assistia o desenrolar do conflito. Trizan concentrava-se no mesmo. Simples telepatia provavelmente não serviria nesse caso, mas se existia algo que Trizan aprendeu com a casa dimir era como roubar pensamentos.


O dimir conjura seu feitiço mental sobre Vento Cinzento, visando extrair informações sobre o cruzamento das linhas.

Provocações e mais provocações, o combustível perfeito para a fúria.

O lobisomem mostrou sua agilidade lupina ao escapar das garras metálicas de Simba, saltou como um familiar da espécie e evitou o dilaceramento. O leonino não tirava seus olhos dele, suas presas estavam amostra e o rosnado era constante, uma fúria que parecia não ter limite e só se intensificava a cada palavra debochada do lobisomem. Sons de impactos, explosões distantes, a movimentação dos gigantes ali, nada tirava o foco assassino do leonino de sua presa

Simba: Você... Fala... Demais...

As palavras saiam com dificuldade, controlar-se minimamente como ele fazia naquele estado era difícil, mas ainda havia alguma racionalidade. Eis que o cinzento mostra mais um de seus truques, se fincando no elmo do gigante que logo começa a tremer e ruir; Utilizando-se da mesma ideia de seu oponente, Simba crava suas garras no elmo assim como o lobisomem e se mantém firme sobre ela durante toda a queda, confiante na resistência do seu corpo - Ou pouco se importando com isso. Poeira subia com a queda dos escombros do gigante e logo diminuía, mas o lobisomem veria certamente a sua morte o encarando de pé


Talvez por medo do leonino, talvez por medo das explosões mais atrás, o lobisomem saltou novamente para cima do obelisco em que estava outrora, pelo visto ele era do tipo que evitava o combate direto, apesar de sua agilidade. O mundo parecia cair alguns muitos metros atrás, correntes de ar quente e até mesmo carregadas de energia volta e meia passavam com força pelo leonino e espalhavam o restante da poeira, mas ele caminhava com passos curtos na direção do obelisco, com seus olhos de chamas voltados para o lupino no alto; A cada passo a velocidade aumentava, intimidador de certa forma, até o momento em que correndo com largos passos o leonino salta em direção ao obelisco, com seu punho fechado e emanando um brilho vermelho


O soco acertaria o meio do obelisco, mas a proporção do impacto era absurdamente maior que a do leonino, era como um cometa acertando a construção; Em fúria o leonino mal percebeu, mas sua vontade de derrubar seu oponente fez com que a energia da mana vermelha reagisse numa explosão destruidora de matéria, que faria todo o obelisco ruir para trás, retirando a vantagem de terreno de sua presa, que logo teria um fim trágico ao chão

O colosso Belian observava satisfeito enquanto seus pseudópodes devoradores de mana destruíam o encantamento e mau conseguia conter expectativa de ver a reação do lupino que o desafiava. Dos céus uma sinfonia de trovões colocavam fim ao ditado popular de que dois raio não atingem o mesmo lugar. O cheiro de carne apodrecida não deixava dúvidas aos instintos do metamorfo Rhonas finalmente fora afetado e o tremor no solo indicava mais ainda, havia caído de joelhos , como todo bom Deus faz quando encontra aqueles que não o reconhecem. Não fosse a boca monstruosa cheia de presas e apêndices seria possível ver um breve sorriso na face do metamorfo. E então a realidade mostrou ao Deus do sonhar o pq ser soberana.

Na sua frente os olhos malignos e zombeteiros de Vento Cinzento o fintavam com escarnio e sarcasmo. O lobo lambe os beiços ferozmente e com um punhado de mana preta despedaça o seu colosso, o mais forte de seus pesadelos como se fosse feito de areia. Primeiro o colosso tornara-se pedra e então seus pedaços trincaram com o rosto frisado em sua expressão de dor e por fim só a poeira do que um dia foi.


Os olhos atentos de Belian podem notar os movimentos rápidos de Vento Cinzento para se reposicionar e observar a queda de Rhonas com certa satisfação em sua expressão corporal.

"O Deus...é...o fraco" - O desespero percorre a espinha do hábil metamorfo, ele havia se preparado para enfrentar aquele que deveria ser o adversário mais poderoso, fracassado e então descobriu que o verdadeiro braço de Bolas era o lupino que insultara.

"O LUPINO É O REAL PROBLEMA"

Belian urra com o ar de todos os seus pulmões esperando que como costumeiramente seus conterrâneos fossem menos perceptivos que o metamorfo. A essa altura o metamorfo já havia diagnosticado que não era mais veloz que Vento Cinzento e sabia que força jamais venceria velocidade. O deus das mil formas então abandona a forma colossal, que lhe tornava um grande alvo, e assume uma de suas formas humanoides-aracnideas repousando sobre os destroços de seu colosso.

Belian começa a analisar todo o terreno e raciocinar sobre os padrões de movimento que notara sobre o lupino. Ele se movia rapidamente saltando longas distancias, entre elementos altos. Isso lhe dava velocidade, alcance e visão da situação como um todo. Os olhos do metamorfo então se fecham e em sua mente ele começa a criar uma nova imagem de todo aquele cenário e quando seus olhos se abrem o local todo da batalha é tomado por teias resistentes como a couraça de Niv Mizzet, pegajosas como a existência do conselho fantasma e densas como a mente de Szadek. Os pés do lobo estariam envoltos nessas teias, e elas formariam um mosaico por todo o local atrapalhando o deslocamento do lupino através de seus saltos e diminuindo um pouco sua velocidade. Belian conseguiria nesse caso mover-se mais rapidamente pelas teias e alcançar os pontos de interceptação estratégicos para impedir as ações do lupino.

Duraha e Trizan

No xadrez, muitas vezes os peões são peças desvalorizadas, usadas como sacrifício para um bem maior, é raro que poucos alcancem o extremo oposto do tabuleiro para consagrarem-se como peças reais. Contudo, sabe-se que assim como poderoso cavalo, um deles pode ser suficiente para o golpe do xeque mate. Trizan era um estrategista nato, e orgulhava-se disso. Pouco preocupado com o combate direto, o senador mantinha-se seguro em seu transporte flutuante enquanto observava o estado geral da batalha.


Iris: Bolas está usando a mana nativa de Ravnica! Canalizando-a para a conjuração de seu feitiço!

A criomante fazia movimentos ensaiados com as mãos enquanto respondia ao dimir.

Iris: As linhas tem muito poder para serem usados de forma direta, ele as conduziu pelos obeliscos que estão distribuídos pela cidade!

O caçador então chama sua atenção, ela olha na direção do mesmo, seus olhos em mana fluída fixam na máscara de Duraha.

Iris: Duraha, o planinauta ikoriano... o quinto planinauta!

O caçador não era de meias palavras ou perda de tempo, e incomodava-se com Iris.

Iris: Todos somos peões na mão do destino senhor Duraha! Todos devemos cumprir nossas funções!

A mana azul então parte do corpo de Iris em direção do caçador, envolvendo-o.

Iris: Rito de replicação...

Simba

Vento Cinzento olhava os restos da praça do cume do obelisco, ainda que confiante, não gostava do rumo que a batalha prosseguia. Aos céus, cada vez menos restos de centelhas rumavam à cidadela de Nicol Bolas. Ou poucos caíam, ou o plano estava próximo de seu fim. Logo abaixo, uma movimentação chamava sua atenção, Simba galgava em passos rápidos em direção até ele com fúria no olhar.

Vento Cinzento: Filhote insolente...

O mirraniano então salta com fúria e poder, enquanto no ar, o lobisomem apoia suas grandes patas no topo do obelisco.


Vento Cinzento: Sinta-se em casa gatinho! Hihihihehehahaha!

O riso de escárnio preenche os ouvidos sensíveis de Simba, que segundos antes do impacto percebe a mudança cor do obelisco, que se torna de metal enegrecido e frio, com filamentos discretos amarelos o circundando. As garras do leonino se chocariam contra uma rígida estrutura de aço negro.


Teiven

Ao passo que guerra e combate significam dor e sofrimento, essa regra não valia para os bárbaros gruuls, que viam como uma forma de entretenimento. Teiven refestelava-se com o combate, o sangue jorrando, o cheiro de carne queimada eram como um grande festejo. Rhonas estava ferido, e partira para um golpe potente, que mais uma vez chocou-se contra a égide do gigante.

CRASH!

O escudo partira com o impacto, rompendo do ponto de encontro do cajado do deus da força. Este em posição vulnerável, mal tem tempo para notar a espada curta nas mãos do gigante, que penetra sua garganta.


Rhonas: AAAAAAHHHHHRG!

O urro é profano, de dor e de morte.

Belian

O metamorfo observa com estarrecimento e até uma pitada de desapontamento enquanto seu poderoso colosso desmorona, pois assim como sua criatura, todo seu raciocínio também se desvencilhava em uma chuva de entulhos. Enquanto se preocupara com a sombra de Rhonas, deixou de notar que o assecla real do dragão era Vento Cinzento. Ele então muda novamente de forma, assumindo seu aspecto aracnídeo e inicia um encantamento perigoso, produzindo teias resistentes que partem deu sua posição e vão tomando conta do cenário.


Duraha e Trizan

Ao passo que levitava seu transporte, Trizan ficava à meia altura do obelisco, próximo o suficiente para ver o poderoso golpe de Simba, mas não para ser alvejado por suas possíveis consequências. O dimir então conjurara um feitiço discreto, veios de mana arroxeada partiram discretamente de suas mãos enquanto o lobisomem vociferava para o leonino mirraniano. Eles entraram nos ouvidos de Vento Cinzento que sentiu uma leve tontura e rosnou chacoalhando a cabeça.

Vento Cinzento: Grof!

Rápidos e discretos, os veios saíram pela orelha oposta, e voltaram rapidamente à seu conjurador por sua narina. Em seguida, veio o êxtase do conhecimento, como se Trizan sempre soubesse.


"As linhas de mana transitam muitas vezes como linhas invisíveis por Ravnica, cruzando a cidade das guildas em pontos chave de alto potencial arcano. Neste cruzamentos, Nicol Bolas ergueu obeliscos para conduzir tal mana errática, de forma simétrica e concêntrica, tendo no seu ponto central a cidadela. Os obeliscos foram vinculados em série para geração de potencial arcano conjunto, repondo continuamente a reserva de mana do dragão, enquanto ele conjura sua poderosa magia."

Abaixo, após a sensação estranha da mana azul envolver seu corpo, Duraha percebe que a mesma salta de si em cinco partes iguais, que moldam-se em sua forma, mas como estranhos espectros azulados.


Ao passo que ele manipula seu arco, as cinco cópias de si fazem o mesmo, disparando não três mas uma chuva de flechas na direção do lobisomem.

Iris: Precisamos parar Vento Cinzento!

Teiven

O deus geme e tem tremores ao toque da lâmina, sem duvida era seu fim. Seu corpo inerte desaba no chão aos pés de Teiven.

Rhonas: Aaaash...

Ele sibila com dificuldade, uma borra negra e pegajosa escorre do ferimento mortal e então cai com um baque sobre a pilha de escombros. Poeira voaria no ar encobrindo parcialmente o corpo do deus da força, que não parecia tão divino e forte neste momento.

?????: Proteja... proteja...

Mais uma vez o gigante gruul escutaria o sussurro de uma mulher em seus ouvidos, parecia vir de longe, dos céus. Neste momento, mal notaria que Rhonas começava a rachar o lazotep de suas costas, e dali uma surpreendente naja cintilante salta na direção do gruul com suas presas morderia o ombro ou tórax de Teiven.


Era o último golpe do deus.

Belian, Simba, Duraha, Trizan e Teiven

A chuva de flechas com pontas esverdeadas voava pelo céu dos seis Durahas, ao passo que uma teia estranha e pegajosa envolvia todos ali presentes, engedrando-se por entre as pernas do caçador, de Iris e dos demais presentes ao solo, os dois eternos que tentavam se levantar acabam presos na teia.

Iris: Mas o que é isso?

Acima, Vento Cinzento preparava sua defesa às flechas, e brilhando com mana vermelha em seus olhos e pelagem, disparou um cone de chamas com suas patas contra os projéteis.


BOOOM!!! BOOOOM!!! BOOOOM!!! BOOOOM!!! BOOOOM!!! BOOOM!!! BOOOOM!!! BOOOOM!!! BOOOOM!!! BOOOOM!!!

Ao toque com o fogo, as flechas explodiam, contudo eram muitas, e quatro acertaram o lobisomem, que rugiu.

Vento Cinzento: Grahhhh!

ZUP!!! ZUP!!! ZUP!!! ZUP!!!

As flechas estilhaçadas ferem o corpo lobisomem em chagas, com o impacto o mesmo foi arremessado do topo do obelisco, caindo com velocidade, talvez não sobreviveria se não fosse pela resistente teia que agora agarrava-se em si.

Vento Cinzento: Idiotas! Vermes imundos!

O planinauta lupíneo estava machucado e em fúria, aparentemente quebrara seu braço esquerdo na queda, e suas feridas vertiam sangue. O cheiro acre de sangue de lobisomem invadia o olfato de todos presentes, em especial os com tal sentido apurado. Ele então dá um passo para trás, e toca o obelisco com sua pata, neste instante a estrutura brilha por inteira com runas e símbolos dracônicos.


Vento Cinzento: Conhecerão agora a extensão do poder do deus-dragão!

Uma aura então recobre o corpo do lobisomem, rapidamente suas chagas cicatrizam bem como seus ossos partidos voltam a unir-se, seu corpo aumenta de tamanho, bem como sua musculatura, runas negras aparecem estampadas na pelagem do lobo, e em suas costas, na imagem de dois longos chifres negros curvados. A aura muda o tom de dourado para verde, os olhos do lobisomem fervilham poder.


Vento Cinzento: Sintam o poder do furacão! Hihihihehehahaha!

Partindo do obelisco ventos poderosos se iniciam com grande velocidade, subindo em uma espiral helicoidal até formar um grande tornado, que então se expande com violência, destroços e escombros levantam-se, girando com grande velocidade e poder, Vento Cinzento expandiria seu poder eólico capaz de arremessar torres e gigantes visando arremessar todos à sua volta contra os detritos e pedras bem como a chocarem-se contra as construções que continuavam de pé.

Escudo do Mestre:

O obelisco estava bem a sua frente, um montante de pedra que estava pronto para ruir e logo acima estava sua caça, a fúria que havia tomado conta do leonino - que vivia dentro dele desde a invasão - e tudo que ele queria era aquele sangue. Seu primeiro golpe acertou com tudo o obelisco, mas diferente do esperado, a construção se manteve de pé, emitindo um som muito familiar ao leonino que no estado em que estava continuou a bater, ignorando os acontecimentos ao seu redor, rosnando como um monstro desesperado por uma vítima. Um, dois, cinco socos, ele continuou a bater com ferocidade e tudo que podia se ouvir era o choque de dois metais irmãos


Os golpes pareciam perder velocidade, os movimentos do leonino ficavam cada vez mais lentos, ao ponto dele parar por um único segundo, de punhos serrados e sujos com o próprio sangue. Sua respiração estava forte, seu corpo envergado e emanando energia, não se passou mais que cinco segundos, mas...


???: Você precisa entender o que significa ser um Kha! Precisa ter equilíbrio e controle!

O leonino estava sentado sob uma espécie de trono que ficava em frente a um cercado metálico, bem na sua frente havia um outro leonino bem jovem, ele estava ofegante, suas mãos tremiam e pingavam sangue nas placas de ferro que cobriam o chão. De frente para o filhote havia uma pequena parede com seus 2m de altura de um aço tão escuro quanto a noite. O filhote rosnava, os pelos de seu corpo estavam erguidos e seus olhos brilhavam em vermelho

???: Somente sua fúria não vai ser suficiente! Os anciãos dizem que nosso lar está em perigo e cabe a nós defender nossa terra, cabe a nós defender nosso povo! - Ele se erguia levantava - Mas é preciso um líder pra isso, alguém para guiar a todos.

Simba: Eu... Não... Não consigo! A... A raiva... Ela é mais forte!

???: Controle-a! Sabemos da sua condição, sabemos o que carrega dentro de você, mas não há outra escolha, Simba, você não pode deixar que isso controle você! Entenda o que o aço negro representa, entenda o que você precisa representar! Você não vai conseguir destruí-lo, Simba, então pense diferente!

O jovem gritou irritado e acertou outro soco com muita força no metal, que não manifestou qualquer alteração

Simba: EU NÃO CONSIGO!

O leonino mais velho olhou em silencio e logo depois andou para lateral do trono em direção a saída, apenas parando na porta

???: Então você não será nem metade do que seu pai foi.


O ar parecia mais calmo, os olhos do leonino estavam fechados e era possível notar a diferença em sua postura. Neste momento o obelisco brilhou com inscrições em um idioma desconhecido pelo mirraniano, que de forma muito tranquila apenas deu um salto para trás, se afastando o suficiente para ver o lobisomem drenar aquela energia

Vento Cinzento: Sintam o poder do furacão! Hihihihehehahaha!

O vento lentamente começava a se formar e a energia dele já podia ser sentida, mas Simba estava... em paz

Simba: O seu erro foi me lembrar de quem eu sou...

Seus olhos já não brilhavam em vermelho como antes, desta vez uma sutil luz branca podia ser vista. Virou a cabeça e olhou por cima de seus ombros, pôde ver a batalha logo atrás, olhando rapidamente para cada um daqueles que pareciam ser seus aliados e logo voltou o olhar para o lobisomem

Simba: Assim como o aço negro... - Sussurrou, apertando seus punhos - Eu resistirei.

Eis que o metal que cobre o corpo do leonino se espalha uma vez mais, cobrindo novamente todo o corpo do leonino, mas desta vez, sua tonalidade é bem mais escura e, de alguma forma, apesar de deixar a silhueta de Simba bem mais robusta, não parece limitar seu movimento; Com seu corpo extremamente denso e resistente, ele começa a andar em direção ao lobisomem, seus passos quebravam os restos do chão sob eles, o vento passava por ele, mas não com força suficiente para movê-lo, pedaços de rocha se chocavam contra seu corpo e se quebravam, como e batessem em uma parede de aço-negro

Simba: Você vai falhar aqui, hoje, vento cinzento, então darei uma chance a você, pare imediatamente seu ataque contra este mundo e você terá a chance de viver mais um dia. Essa é uma promessa minha, do portador das zênites.

Aquilo não era um ataque, mas a energia presente dentro do leonino seria manifesta para qualquer um com o mínimo de elevação espiritual, suas palavras transpareceriam honra e verdade, diferente da fúria vermelha, Simba manifestava a iluminação da mais pura energia de Mirrodin e sua presença era de um líder a ser seguido

As teias resistentes espalhavam-se por todo campo de batalha e Belian pendurava-se nelas para analisar melhor a situação. O leonino em fúria  tentava destruir o obelisco que sustentava a posição privilegiada de Ventos Cinzento mas seus planos são frustrados quando a estrutura se torna do escuro e resistente metal utilizado pelos portadores da praga. O Ataque falhou mas conseguiu algo mais importante: informação!

"Vento Cinzento é ágil, mesmo que o obelisco ruísse ele se deslocaria facilmente para uma outra posição vantajosa. Pq protege-lo?" - O metamorfo começa a captar as nuances que direcionam as ações de seu adversário

"O obelisco é parte do plano"

Mutare então nota que deixou toda a responsabilidade nas costas do pobre senador durante sua caçada por glória e satisfação do ego, era hora de retornar para ajuda-lo. Belian então telepaticamente  resolve compartilhar suas descobertas com seus irmãos de batalha

"O Obelisco é mais importante que a vida do próprio lobo, esse é o motivo de sua presença aqui. Precisamos destruir essa estrutura, se o lobo estiver imobilizado foquem seus esforços em destroçar o monumento"

Uma saraivada de flechas então acertam o lupino provando o ponto de Belian, ele poderia ter se protegido mas escolheu o Obelisco. Uma grande explosão então enubla a visão mas Belian consegue sentir a presença maligna do lupino em suas teias. Elas o agarravam, o envolviam e o conectavam. O obelisco então brilha forte e Belian consegue sentir a energia de Vento Cinzento aumentando bruscamente, um poder que superava Rhonas em muito. Os ventos agitam-se fortes como sopro de dragão e céu fica cinza como a pelagem do lupino. O metamorfo consegue sentir algumas de suas teias se desprendendo de suas fundações. Um tornado de proporções titânicas formava-se e esse seria o fim se nada fosse feito.

- Manto do crepúsculo nosso guia.

Da nossa oferta, a tua força.

O seu poder, lágrimas da noite

As teias que conectam Belian à Vento Cinzento então ficam negras como noite sem lua e então sugam máximo de  mana e energia possível do lupino. Dessa forma o metamorfo poderia minimizar os potencializadores concedidos pelo obelisco e usar essa energia em sua própria vantagem. Belian desejava consumir toda essa energia para si mas não fora páreo para um confronto direto antes e temia não ser agora. Precisava do grupo.


Belian então redireciona a mana e energia sugada para a própria rede de teias a tornando mais resistente e rearquiteta sua configuração para tornar-se uma enorme barreira de inércia constituída de material pegajoso, resistente e imbuído de mana. Através de teiamancia o metamorfo move cada pequeno fio para configurar a formação que acreditava ser a melhor para seu objetivo. As teias seguravam-se nos terrenos laterais e alguns fios de teia prendiam-se também ao obelisco, o contato com Vento Cinzento também permanecia embora não o ligassem mais diretamente a Belian como antes.


O objetivo do metamorfo era claro, usar a barreira de teias para aparar parte do poder destrutivo do tornado permitindo que seus aliados possam se proteger. E as ligações das teias com Vento Cinzento e o Obelisco tinham intensões ofensivas, com alguma sorte o poder destrutivo do tornado poderia começar a puxar e tombar o obelisco ou tragar Vento Cinzento para sua propria arma caso a barreira fosse engolida pelo tornado.

Esperando que embora a barreira pudesse reduzir o poder do tornado mas não conte-lo por inteiro, Belian tenta abriga-se embaixo do solo  como uma toupeira até que o tornado passasse.

A loira tagarela irradia mana azul em Duraha, o surpreendendo. Vários reflexos azulados do ikoriano ficam dispostos a sua frente, como espelho.

-Mas que Pesadelos!

Logo o caçador compreende a ideia de Iris. Graças a ela, Vento Cinzento é golpeado. Duraha fica agradecido, embora incomodado por dever uma a ela.

Enxergando por suas lentes de contato, Duraha assiste a reação do lobisomem, o que não era nada boa. A criatura era para ter sido destruída, mas se regenera e estrava prestes para conjurar algo grande, muito grande. Os ventos começam a soprar mais forte, fazendo Duraha percebendo logo o que poderia ser. O ex militar de Ikoria já presenciara um tufão de tubarões, um fenômeno bizarro existente em sua terra natal, onde tubarões mutantes levantam voo no mar por conjuração de um grande tornado, e não duvidara que aquele lobo desgraçado seria capaz de tal artimanha.

Mas as coisas estavam ainda mais estranhas, teias pegajosas estavam em seus pés, dificultando a movimentação. Duraha não sabia, mas esta era uma obra do Metamorfo Dimir. Correr seria inviável.

-Se abaixe e prenda o fôlego!

De maneira direta, Duraha se joga sobre Iris, com o intuito de ficarem ao chão. Depois o caçador de recompensas procura em seu casaco um prisma de Ikoria e conjura seu poder.


A pedra emana uma luz esverdeada, embora totalmente ausente de mana verde. Logo, o chão sob os dois é desenhado uma espécie de runa. Destes entalhes, cristais ikorianos brotam espantosamente rápidos, prendendo todos na área. Duraha conjurara uma armadilha neles mesmos, com o intuito de ficarem fixos ao golpe mágico que antecedia de Vento Cinzento.

-Reze aos seus deuses para dar certo!

A mágica do lobisomem ganha forma, colocando em teste a defesa de Duraha. Os ventos começam a soprar violentamente, varrendo tudo ao redor do Caçador. Até grandes escombros são levantados, se colidindo contra Duraha e Isis. Se não fossem os cristais, eles estariam esmagados ou gravemente feridos pelos projéteis aleatórios em altíssima velocidade. O caçador estava confiante que seu encantamento o segurasse naquela plataforma, mas sua preocupação era a própria plataforma se desprender do solo, visto que eles estavam em algum tipo de laje, outrora pertencente às edificações ravnicana. Isso seria fatal.

Duraha ouve a laje tremer, esta estaria prestes a se soltar, fazendo os dois serem sugados pelo vórtice dentro de um cristal? Ele não sabia, estava apostando no destino novamente. Além de que não confiava na fonte e no poder de tal teia de Belian que os prendiam. Depender dos outros não era do conforto de Duraha, mesmo naquela situação extrema.

Partindo desse incômodo, o caçador de recompensas posiciona seu arco para cima, ainda dentro do cristal. Uma Flecha Relâmpago é conjurada, atravessando incólume o cristal e subindo aos céus. Em seguida, a magia desce, visando o monolito, onde estava aquele maldito lobisomem no centro do furacão.

Rhonas sucumbia… Derrotado de forma miserável, quase que patética. Embora Trizan tivesse dado suporte ao gruul, a luta foi demasiada fácil. Claramente a divindade de Rhonas não estava mais lá, ele era apenas mais um fantoche, como os eternos, porém graúdo.

“Pff… Decepção não descreve minha sensação…" - Pensava o Dimir.

O mago, no entanto, manobrava sua fixação para um novo alvo. Um planinauta Lupino, que por alguma razão servia Bolas. Não teria ele sua centelha extirpada também? À medida que as informações que o Dimir roubara penetravam sua mente, Trizan sentia-se como vislumbrando o óbvio.

Uma mensagem ecoava pelo campo de batalha. Belian havia percebido, o obelisco e a resposta.

“A sobrevivência de Ravnica, e nossa consequentemente, depende da inativação deste obelisco!” - Adicionava Trizan à mensagem de seu colega Dimir. Quaisquer outros detalhes não eram relevantes para aqueles que sujam as mãos.

Claro que, o guardião do obelisco era Vento Cinzento. Essa batalha não seria tão fácil, dificilmente um hábil lutador como aquele seria destruído por algumas pancadas de um gigante. A batalha já havia comecado: diversas flechas, explosões, aço negro, teias. Os eventos se desdobravam rapidamente diante dos olhos de Trizan. O lobo, ferido, passa por uma certa metamorfose, provavelmente escorando-se no poder de seu dono.

Uma poderosa tempestade nasce do obelisco. O furacão poderoso começou a varrer o local. Trizan assistia seus companheiros de batalha tentando buscar refúgio

“Tolos... Uma vez que essa tempestade atinja seu ápice, diversas camadas desse distrito serão destruídas"

O tempo de observações havia cessado. Trizan concentra mana azul em seu corpo, preparando-se para seu contra-feitiço.


O vento agride intensamente Trizan a este ponto. A rocha com a qual o mago flutuava já não estava mais lá, havia sido consumida pelo vortex. O Dimir se mantinha fixo no ar graças a mana azul que cobria seu corpo.

Ao redor de Trizan, glifos mágicos apareciam em pleno ar. O mago as lia cuidadosamente. Os glifos representavam a estrutura do feitiço conjurado por Vento Cinzento, descrevendo a natureza nua do vortex, seu DNA.


Finalmente, Trizan encontra as peças de procurava. Ele toca os glifos, move sua mão como se tivesse escrevendo no ar.

- Claro… Como eu imaginava…

O Dimir estende sua mão ao céu, um rápido pulso de energia é liberado. A partir de sua posição, uma onda de energia propaga-se radialmente neutralizando o movimento da tempestade.

Ventos, morte de mortos(?), morte de vivos, homen-cobra morto que vira uma cobra(?), sem duvida o caos. Mais um dia na vida de um gruul em Ravnica, mais um dia na vida de Teiven, e um dia com muitos aspectos familiares, nao tinha nada de rotineiro. muito menos com mais mensagens telepaticas.

O inimigo tomba, é finalizado com sucesso pelo Gigante. Metal, carne podre e queimada, era o que predominava no corpo do deus morto, que o Gruul nem ao menos soube que era um deus, porem O bruto ainda se mantinha em guarda com sua espada erguida.

- Você era mais alto que eu, não maior ! - debochava o gruul

Uma mensagem chega na mente de Teiven, e não vinha do seu aliado telepata, ela vinha de outro ser,  rápida, objetiva, pedindo proteção para alguem ou algo, que não era simples de identificar no momento, pois  a voz feminina vinha de longe, deixando o Gruul intrigado perto do corpo morto do deus, que se preparava para o ultimo ataque.

Quase não pode perceber o golpe final do deus, que que tinha seu metal partido, e " dispara" uma cobra para picar o gigante, que por reflexo, posiciona seu antebraço esquerdo em direção do ataque, era onde deveria estar seu escudo, que fora destruido pelo deus, então alvejado pela cobra, o gigante sente a picada incomum, porem em seguida com sua espada curta divida a cabeça da cobra de seu corpo, e retira a cabeça da cobra de seu braço.

-Traiçoeiro! Até morto joga sujo!! - Dizia o Gigante enquanto guardava a espada nas costas(na altura da cintura) e segurava seu antebraço com a outra mão, e chuta o corpo morto do deus.

A pancadaria não havia acabado, e a voz do céu lhe mandou proteger algo, e isso foi o que o gigante tentou procurar, o que deveria ser protegido.

Aproveitando seu tamanho, observando a que um combate ainda acontecia com o que aparentemente era um lobisomem, que usava um obelisco para canalizar sua magia, e invocar ventos avassaladores, percebendo que seus supostos aliados tinha a intenção de neutralizar o furacão, derrubar o obelisco e matar o lobisomem, Teiven pondera rapidamente enquanto via um raio rasgar os ceus rumo ao obelisco.

- Esse não é meu, mas foi um bom raio!

Decidido, o gigante ainda enorme, se posiciona após o raio, e tenta segurar o obelisco com suas mãos( ou o que sobrar dele) e tenta puxa-lo para si, com o intuito de quebra-lo ou de pelo menos derruba-lo para impedir a canalização de energia do plano do vilão, mesmo sendo incrivelmente resistente, o gruul tinha intuito da fundação e do que a mantinha em pé ruir em volta do obelisco, para assim tomba-lo.

Eram os deuses planinautas? Durante muito tempo os agraciados com a centelha eram portadores de poderes ilimitados. Não raro, criavam seus próprios planos de existência, religião e seguidores. Era assim até a Emenda, o evento multiversal corrigiu e absorveu os poderes infinitos da centelha; de entidades superiores, os planinautas eram agora apenas magos super poderosos. Ou pelo menos boa parte deles, e isso não incluía Nicol Bolas. O Deus Dragão perdeu muito é claro, mas até uma centésima parte do infinito ainda é infinita. A sede de poder de Bolas culminou no evento que agora assolava Ravnica, ele roubaria as centelhas de uma centena de planinautas, e assim voltaria à magnitude de outrora.

E como todo bom vilão megalomaníaco, o dragão tinha fiéis seguidores: Tezzeret, Dovin, Liliana... Planinautas gananciosos, que viam na aliança uma oportunidade de alcançar nem que fosse uma gota da taça de poder de Bolas, ou aqueles temerosos o suficiente para vender sua alma para salvarem seus pescoços. Vento Cinzento era um destes lacaios, pouco se sabe do passado ou das reais intenções do lobisomem, a não ser que é velho e perigoso, um predador sanguinário sem nada a perder.

Teiven

Ao passo que os ventos do furação começavam a rodopiar em volta do obelisco, o gigante sofria com o final do embate contra o Deus Rhonas. Traiçoeiro, o eterno lançou uma gigantesca serpente contra Teiven em seu último suspiro. Em um movimento defensivo rápido, o gruul defendeu com seu braço esquerdo, as presas fincaram em sua carne, o veneno de Amonkhet penetrou em sua carne de imediato, deixando as incisões necróticas, com uma marca negra arroxeada que começava a se espalhar. O gigante sentiria seu corpo quente, febril, a dor em seu braço seria lancinante.


A mente de Teiven parecia sofrer também com os fortes efeitos do veneno, a visão turvaria, o suor intenso escorria de sua testa, a temperatura de seu corpo era incômoda, tinha alucinações, imaginou que caminhou na direção do obelisco e o arrancou, mas na verdade não saiu do lugar. Vias vultos e fantasmas, batia os braços confuso no ar contra inimigos invisíveis, e os ventos aumentavam de velocidade.

Belian, Simba, Duraha, Trizan e Teiven

Os ventos poderosos então se formaram como uma poderosa torre de vento, e então os ventos partiram, Simba aproveitou de seu poder metálico para recobrir-se e ganhar peso o suficiente para não ser movido; Belian foi mais ardiloso, utilizando sua teia mágica como condutora, absorveu o quanto foi possível a mana do ciclone, retardando parte de sua velocidade força. Com tamanha energia, aproveitou para expandir sua mágica como uma rede tridimensional. Do outro lado do solo, Duraha experimentava cada vez mais a prática do heroísmo, jogando-se sobre Iris, utilizou seu poderoso cristal para formar uma carapaça, visando fornecer-lhes abrigo.

Iris: Suponho que a influência de Alrund não alcance aqui Sr. Duraha, nos seria de grande valia!

Mais acima, Trizan conjurava uma saída arcana, utilizando grande quantidade de mana, mantém-se flutuando e analisando o cerne mágico do tornado. O senador, sendo um mago poderoso, então inicia o conjuro de uma contramágica, ele lança o punho acima, sua energia azulada espirala e começa a envolver o furação.


De início, os ventos parecem perder parte da potência, contudo, em uma fração de segundos a mágica é engolfada. Os ventos aumentam de velocidade, escombros começam a ser enroscados e jogados.

Vento Cinzento: Aaaaaauuuuuuu!!!

O lobisomem então ruge com o ápice de sua poderosa conjuração, o tornado mágico alimentava-se da linha de força canalizada e tinha seu poder potencializado.


Trizan é o primeiro a ser arremessado, girando com velocidade, choca-se com sorte contido pela rede de Belian. O metamorfo por sua vez, tem sorte semelhante, e enquanto corria para se esconder debaixo de destroços, é tragado junto com os mesmos. Chocando-se como uma massa disforme de pedras e patas aracnídeas contra a outra extremidade de sua teia.

Iris: Duraha! Estamos nos movendo!

A criomante observava preocupada, as cópias azuladas do caçador já haviam desaparecido no vórtice, e agora a frágil laje tremia debaixo deles, chacoalhando com força.

Iris: Segure-se!

Ela então se desprende, os dois planinautas então giram em sua cápsula de cristal, e violentamente chocam-se contra nada menos que Teiven, o gigante bambeava febril e delirante contra o vento, e com o impacto da dupla todos batem contra a teia. A armadilha perde sua estabilidade e rompe-se, Iris concentra mana azul com velocidade e cria um bolsão de neve aonde ela e Duraha caem. Mais a frente, Simba tem destino mais suave, sua massa elevada penas o arremessa contra uma pilha de destroços, sua carapaça o preveniu de danos maiores.


KRAKA-BOOOOOM!!!

O trovão poderoso de Duraha então ribomba em cima do obelisco, Vento Cinzento por sua vez esquiva para longe com velocidade, deixando um borrão no ar e teias rasgadas, e retorna de volta à sua posição inicial, encarando Simba.


Vento Cinzento: Não existem falhas no lado dos fortes, filhote! Hihihihehehahaha! Você pode ser portador do que quiser, nunca será páreo para Nicol Bolas!

O leonino então avança, utilizando uma aura dourada e poderosa.

Vento Cinzento: Talvez você não seja tão inútil assim afinal... sua centelha será de grande valia para o Deus Dragão!!! Está na hora de descobrirem porque me chamam de Vento Cinzento! Auuuuuuuuu!!!


O lobo então uiva longe enquanto seu corpo é recoberto por mana, o obelisco brilha intenso em resposta. Neste momento, caída na neve, Iris olha longe ao horizonte, pressentindo um perigo, sua visão mágica atravessa as construções ao redor, boa parte destruídas pelo furacão. E bem ao fundo, em sua cidadela, vê grandes e perigosos olhos amarelados mirando na direção de onde todos estavam, Nicol Bolas os tinha notado.


Iris: Não...

Vento Cinzento então some da visão de Simba como um rastro, seu primeiro alvo era Belian, que jazia grudado em sua teia junto aos destroços, ele agarra com suas poderosas garras as teias envolta do metamorfo.

Vento Cinzento: Vamos ver se sua teia é tão poderosa assim!

Com movimentos rápidos em borrões cinza, o lobisomem enrola o corpo de Belian com a teia, imobilizando-o e em seguida puxa as duas extremidades soltas, com força estrangulando o corpo do dimir.


Alguns estalos de ossos quebrados seriam ouvidos, e depois ele arremessa o metamorfo ao chão, enquanto parte como um novo borrão em direção a Duraha e Iris, ignorando um febril Teiven acima.

Vento Cinzento: Verão que foi um erro me desafiar!

Com uma patada potente, o lobisomem arremessa Iris metros longe, a criomante se choca contra um muro de pedra.

Iris: Arrrrrrgh!!!!

Ele então se vira com sua velocidade sobrenatural para Duraha.

Vento Cinzento: Se não é o arqueiro! Vamos ver se sua mira continua tão boa!

O lobisomem então agarra a cabeça do caçador com sua pata imensa, e aperta com força, distorcendo a máscara do mesmo, as lentes estilhaçam-se e perfuram os olhos de Duraha, que deixaria de enxergar.


E então o borrão parte na direção de Trizan.

Vento Cinzento: Auuuuuuuu!

Olhos distantes mal poderiam ver cada uma das atrocidades cometidas pelo lobo, mas sim algo como um vento de tom acinzentado que ia rápido entre os planinautas ali presentes. Ele então para por segundos à frente de Trizan, o levanta pelos braços.

Vento Cinzento: O grande conjurador da equipe, veremos o quão útil se sai agora!

Com um movimento rápido e violento, novos dois estalos seriam ouvidos, ao passo que o lobisomem quebrava os dois braços do senador e o descartava como uma boneca velha ao chão.


O borrão então partia novamente, dessa vez de volta à frente de Simba.

Vento Cinzento: Vocês não são nada! Não podem fazer oposição ao dragão! Ninguém pode!

Algo como um embargo parecia discretamente afetar a voz de Vento Cinzento, que parava agora olhando na direção do mirraniano recoberto de metal.

Vento Cinzento: Você tem potencial no fim mirraniano, mas como os outros de sua raça, seu plano o traiu...


O lobisomem então agora com passos vagarosos na direção do leonino, segue falando.

Vento Cinzento: Predadores são rápidos e ágeis, predadores necessitam destas qualidades para serem eficazes... não há espaço para lentos, ou para couraças de metal... então considere como um presente final!

O corpo da fera então recobre-se com uma aura vermelha intensa, o obelisco ressoa em resposta ao uso do poder. Vento Cinzento abre seus braços e com um movimento lento começa a manipular a couraça de Simba, de início arranca sua cobertura superficial, depois passa a manipular o metal presente em seu corpo e músculos, dilacerando a carne do planinauta no processo.


Vento Cinzento: O livrarei do peso extra! Hihihihehehaha!

Todo o metal era então removido do corpo de Simba. O cenário em volta não parecia mais animador, no canto com a teia ainda íntegra, Teiven jazia apoiado na mesma, febril e com o braço esquerdo com uma gigantesca mancha negra em franca expansão; A seus pés, Duraha com o rosto ferido e cego; Pouco ao longe, Iris desacordada com fraturas em ambas as pernas; no outro extremo da teia agora rasgada, Belian embaraçado com fraturas ao longo de corpo, e no meio da pilha de destroços, Trizan caído com os dois braços quebrados.

Se Nicol Bolas estava mesmo prestando atenção à antiga praça da guarnição, certamente estava orgulhoso agora, em momentos teria mais um punhado de centelhas para o seu plano de poder.

Escudo do Mestre:

Nem o mais poderoso dos ventos poderá mover montanhas.

O tornado era forte e agressivo, o ar era uma ameaça clara, mas o leonino não se curvou perante seu inimigo. Cobriu os olhos com um dos braços enquanto se mantinha de pé, deu alguns passos para garantir o equilibrio e se manter firme, contraiu seu corpo para suportar as pancadas de todo aquele monte de entulho sobre seu corpo, nunca baixando a cabeça, nunca se curvando

Vento Cinzento: Não existem falhas no lado dos fortes, filhote! Hihihihehehahaha! Você pode ser portador do que quiser, nunca será páreo para Nicol Bolas! Talvez você não seja tão inútil assim afinal... sua centelha será de grande valia para o Deus Dragão!!! Está na hora de descobrirem porque me chamam de Vento Cinzento!

Simba: Eu sequer sei o que essa centelha representa, lobo, nem conheço o seu deus!

O inimigo então uiva uma vez mais, seu corpo emana grande quantidade de energia assim como o obelisco que estava alguns metros dali, ele parecia reagir com a manifestação de poder do lobo. Simba moveu sua cabeça por um único segundo para as runas brilhantes e assim que retornou a atenção para o lupino, ele já não estava mais lá

Simba: Mas... Para onde?!

Tentou se virar em resposta aos sons estranhos que ouviu vindo de cada outra direção sua, mas algo congelou sua espinha e seus movimentos, um arrepio de alerta, puro instinto de sobrevivência; O lobo estava novamente em sua frente e tudo que o leonino sentia era o perigo iminente, como uma aura aterradora vinda do inimigo, que falava num sádico tom ameaçador. Não houve chance, não houve escapatória, apenas um grito ininterrupto da mais pura dor

Simba: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!

A sensação poderia ser descrita como centenas de lâminas cortando a própria carne, vindas de dentro do corpo para fora, cortando-se tendões, músculos; A dor jamais havia sido sentida antes, não daquela forma, não naquela proporção. O metal escorria pelos braços e pernas do leonino, se mesclando com uma enorme quantidade de sangue que empoçava sob seus pés. As aberturas eram visíveis para qualquer um, aquele certamente seria o fim, era um golpe letal para qualquer ser vivo. Simba caiu de joelhos sentado sobre seu próprio sangue que escorria para os lados, não havia mais grito pois talvez sequer haveria mais vida ali, seus braços estavam caídos e seus olhos semi-abertos revelando um branco opaco fúnebre



Simba: Eu não sei por mais quanto tempo resistiremos... - Sussurrou

Estava sentado sobre uma pilha de metal retorcido, ao seu lado estava um leonino com a pelugem bem mais embranquecida, mostrando certa idade até para os que desconheciam a espécie; A aproximadamente 20 metros dos dois, alguns níveis de metal abaixo, estavam algumas cabanas improvisadas com leoninos, vulshrocks, auriocks, elfos e alguns poucos animais, não era mais que 50, pareciam repousar debaixo daquele céu escuro e sem estrelas, apenas com o brilho dos caminhos de lava que se espalhavam como raízes no ambiente

Ancião: Não diga isso, Simba, não depois de tudo que você e que nós passamos.

Simba: Mas até quando? Podemos mesmo resistir? Nós... Podemos mesmo vencer isso? Salvar nosso mundo?

Ancião: O dom da visão não foi dado a mim, meu kha, mas cada um deles, assim como eu, tem a convicção que sim.

Simba: Convicção de que venceremos?

Ancião: Convicção em você, Simba.

O coração dele acelerou por um segundo

Ancião: Cada um deles, sejam leoninos vindos da antiga Taj ou elfos, aurioks, todos eles estão aqui porque acreditam em você. Você os guiou até aqui e o faz com desejo e vontade, cada batalha que você lutou por eles, cada palavra de conforto, cada decisão... Eles o seguem não pelo que você tem dentro de você, mas pelo que você representa para eles. Você é nosso kha genuíno, alguém em que vemos esperança, alguém a ser seguido...

Simba respirou fundo enquanto seus olhos percorriam o acampamento e em cada vida ali

Ancião: Tenha em você a mesma convicção que nós temos em você, Simba, você vai salvar este mundo.


O corpo do leonino estava caído, suas funções vitais não eram visíveis para olhos normais, qualquer mínimo observador notaria apenas um corpo desfalecido, mas não. Um movimento sutil aconteceu, de forma quase imperceptível os dedos de sua mão direita se moveram, como um espasmo talvez. Uma respiração forte aconteceu, junto a gemidos propositalmente abafados, o leonino abria seus olhos e vislumbrava os céus de Ravnica enquanto vagarosamente seus braços se moviam, tomando apoio no chão ensanguentado, cambaleando para tentar se levantar. A dor percorria todo seu corpo, cada centímetro dele parecia latejar e esquentar, mas ele continuava a tentar se erguer, assumindo uma postura caída, mas de pé, com o corpo coberto por sangue e um dos braços caído ao lado, ele encarou o lupino.

Simba: Eu... Não fui traído... - Respirava ofegante - E você... E seu deus... Vão falhar, aqui, hoje...

O leonino erguia uma de suas mãos, observando o misto de metal e sangue escorrido por ela

Simba: Eu fiz uma promessa... Eu não morrerei até cumpri-la...

Tossiu sangue com o esforço para falar, seu corpo estava destruído...

Simba: ESSA É A MINHA CONVICÇÃO!

... mas não seu espírito!


As feridas do leonino brilharam numa intensa luz dourada, emanando energia para todos os lados, como uma aura que se expandia. Esta mesma energia tocaria a aqueles que outrora lutaram ao seu lado, sendo preenchidos internamente por um misto de coragem, fé e esperança - E isso incluiria o Vento Cinzento

Simba: Essa é a sua última chance, Vento Cinzento, junte-se a mim, junte-se a nós e vamos acabar com tudo isso...

Falou uma última vez, enquanto lentamente a luz de antes se retraia para dentro de seu corpo, agora totalmente curado.

Temporariamente protegidos pelos cristais, Duraha cede dar atenção às palavras de Iris durante breve isolamento.

-Como você sabe tudo isso? Você sabe meu nome, minha origem, e talvez até meu destino. Eu sequer sei seu nome, não sei quem é Alrund, Nicol Bolas ou qualquer outra coisa deste mundo. Não sei quem é aliado, inimigo ou parcialmente que seja... Odeio me sentir uma peça descartável de um tabuleiro... eu só queria ir pra casa....

Mas abruptamente ele é interrompido pela fala de Iris.
Iris: Duraha! Estamos nos movendo!
Segure-se!

Duraha esteve dentro de um vorme agonizando naquele mesmo maldito dia, mas ainda não se comparava à força com que ele e Iris estava sendo centrifugados. Foi uma experiência agonizante, de fazer qualquer um desmaiar. Tudo estava sendo levado, de pequenos destroços a verdadeiros edifícios. A proteção não iria aguentar um impacto direto.

O Gigante do trovão!!! Nãaaao!! Gritava em pensamento, enquanto via a colisão direta entre eles e nada menos que Teiven.

Como Um cristal sendo disparado contra uma parede por um canhão. A proteção de Duraha e Iris se estilhaça contra o pobre gigante Gruul, Duraha se choca contra a criomante, ambos contra a parede de cristal e tudo isso contra o grande Teiven, rompendo ferozmente à teia de Belian.

Tudo aquilo deixa Duraha desnorteado. Mas Iris mostra garra e consegue agir em meio de toda essa situação mortal. Quando Duraha volta a si, já estava no chão, sobre um amontoado de neve. Seu conceito sobre a moça foi supreendentemente elevado.

-Parabéns! Você tem garra, mulher!

Mas a última coisa que Duraha ouve da jovem é um preocupante "não". Novamente as forças do tempo brincam com ele, deixando tudo lento, com apenas seu olhar respondendo, como uma cruel testemunha de Vento Cinzento. Uma visão aterradora e imaginável.

Duraha pode apenas assistir o vulto prateado agarrando a moça e a arremessando monstruosamente. Seu coração congelou, como se fosse obra da própria Iris. Mas mesmo assim, não fraquejou, graças ao ódio alimentado pela indignação que presenciou. O caçador de Recompensas parte para cima de Vento Cinzento.

Vento Cinzento: Se não é o arqueiro! Vamos ver se sua mira continua tão boa!

Mas foi em vão. Antes de sequer fazer algum movimento de empunhar arma, o lobisomem já estava em sua frente, como uma perturbadora força sobrenatural, com sua enorme pata presa à Duraha, o tornando indefeso como um filhote.


Depois de muito tempo, Duraha voltou a sentir a terrível e desoladora sensação do medo mais abissal, o medo de uma força desoladora que estava prestes a destruí-lo. Vento Cinzento era mais rápido que qualquer Pesadelo de Ikoria e mais forte que qualquer behemoth. A última coisa que Duraha olha é Iris, que fora brutalmente arremessada. Então, mais nada enxerga.


KRRRAAARRKKFFTTTTTTTTTTTTTT!!!!!

O ikoriano cai ao chão como um boneco sem vida. Sua honra e seu corpo estavam estraçalhados. Jogado de bruços sobre a poça do próprio sangue, estava aos pés do gigante Teiven, enquanto seu braço se destacava, como se propositalmente apontasse em direção de Iris,  como um remorso por falhar com a única alma gentil que o atendera em Ravnica.

Enquanto isso, sua mente vagava. Como se estivesse perdido em meio a imensidão infinita das eternidades cegas, Duraha podia ouvir muito baixo o som de um melancólico uivo, ele tenta correr para encontra-la, mas não consegue.

-Onde você está?! Preciso de ajuda!

Um piscar de olhos. Foi o que bastou para tudo voltar a ruir, o tornado que perdia força tornou a girar ainda mais feroz conforme a energia do obelisco o alimentava e Belian foi lançado junto a destroços em uma parte de sua muralha de teias. Em suas teias o metamorfo podia sentir cada outro ser que ainda a tocava: Teiven, Simba, Duraha, Iris e Trizan mas o lupino não estava la.

Belian piscou. E a dor veio.

Primeiro sentiu o veneno necrótico percorrendo as veias de Teiven, a sensação quente e alucinante que tomava conta do gigante. Depois sentiu o vento cantar e o frio subiu pela sua espinhas, suas teias lhe envolviam involuntariamente, lhe sufocavam, lhe estrangulavam e então o senhor das mil formas sentiu cada um de seus ossos quebrar. Seus pulmões foram perfurados, tendões dilacerados e seu corpo agora amorfo e frágil repousava na sepultura de teias que ele mesmo construira. O corpo de Belian bate seco no chão e embora a dor naquele momento fosse indescritível sua mente ainda o mantinha acordado. E o metamorfo sentiu o decreto de Duraha, os olhos perfurados pelos destroços do próprio visor e sentiu seu luto, sua frustração e humilhação. Sentiu as pernas de Iris quebrarem como uma formiga sob o peso de um humano. Sentiu também Trizan ter seus braços quebrados e articulações torcidas e por fim sentiu Simba e sua essência vital sendo expurgada do corpo. Foi como sentir a própria morte e então a mente de Belian sucumbiu, seus olhos fecharam e um suspiro profundo saiu. As teias agora eram tingidas de um tom carmesim, não por mana vermelha mas pelo sangue.

"O bebe de pele acinzentada e sem expressão vagava temeroso pelos becos de Theros, o choro baixo chamava atenção dos habitantes que olhavam com nojo, pavor e espanto. Um chute forte joga a pequena criatura por uma escadaria que poe-se a berrar de dor, desespero e fome.

- É uma praga, matem-a antes que espalhe - bradava o grisalho e ranzinza aldeão

- NÃO! Ele está comigo - a voz doce e carregada de malicia interrompe a barbárie que estava prestes a acontecer. Os aldeões abre espaço enquanto a dama de branco percorre lentamente os degraus, durante a passagem diversos murmúrios são proferidos ao vento.

- A curandeira...

- Herege...

- Bruxa maligna...


A moça então carrega a criatura chorosa e ferida em seus braços e segue em direção a sua cabana afastada nos bosques

- Pobre criatura, assim como eu, não pertence a esse lugar. Não se pode sobreviver sendo o único de seu tipo. Misture-se!

A criatura então assume a forma de uma pessoa parecida com sua salvadora.

"Não pode suportar tudo sozinho... misture-se meu querido pupilo" - a voz sedutora e maliciosa ecoa na mente de Belian. As teias carmesim o erguem alguns centímetro a cima do solo, o casulo pulsa como um batimento forte de um grande coração e toda a dor, angustias e sentimentos reverberam pela teia. Aqueles que estavam conectados a teia agora sentem o que cada outro está sentindo, numa parcela menor e suportável. Os olhos de Belian reabrem, sua respiração é vagarosa e doida e o sangue continua escorrendo de seu corpo mas ele estava aliviado


O metamorfo sabendo que cada esforço extra poderia significar seu fim aceita que aquela será sua sepultura e começa os preparativos de seu futuro funeral. Uma mensagem mágica a ser lida por aqueles que encontrarem seu cadáver: Em mim jazem muitos. Levem-me aos Simic.

"Que no momento de morte eu seja tão memorável quanto pensei que fosse em vida" ... A mana verde começa a percorrer a ramificação de teias que chegariam até Teiven, ao tocar o gigante a teia perfuraria sua carne, extrairia todo o veneno necrótico de seu corpo e então cairia apodrecida ao solo quebrando a ligação entre Teiven e a rede neural de teias. Belian tossia mais sangue, até a mais simples manipulação de mana através das teias era esforço suficiente para acelerar seu fim

Por fim Belian telepaticamente uiva na mente de Duraha. Ele conhecia a lingua dos lobos e ouvira de Duraha um uivo de dor, saudade e luto. Belian buscava anunciar-se e prestar condolências pela perda que ainda era sentida pelo arqueiro cego e então acrescenta

- Posso ser seus olhos se for meu corpo, caçador. Siga o uivo e me busque

Entre um devaneio e outro Belian consegue ouvir o grito de Teiven

"Esta de volta a si..."

Então com um pouco mais de concentração e derramamento de sangue Belian fala telepaticamente a todos

- Simba parece ter chamado um interesse especial do lupino, se alguém consegue distrai-lo é ele. Isso pode custar sua vida no entanto

O metamorfo decide então analisar por algum tempo o cenário e busca focar em achar algum ponto fraco no obelisco para guiar taticamente seu grupo e então telepaticamente pede uma troca de favores com Iris

- Sei que o pedido é incomum... as falas de Belian saem picadas entre uma apagada e outra

- Pude sentir sua dor e sofrimento, mas desde que lhe vi meu desejo era saber o que se passa em sua mente...

-Ela parece...trancada. Sozinho não conseguimos nada...misture-se. Compartilhe sua mente comigo e eu compartilharei de sua dor

Confiante, Trizan assistia o ciclone contrair-se em resposta à sua contra mágica. Porém, antes de pudesse se gabar de seu talento arcano, os ventos ganham força continuando seu rastro de destruição.

- Mas como? - Disse Trizan gaguejando em terror

A rajada de vento derrubou o mago de seu suporte flutuante e violentamente o arremessou contra uma parede próxima. Uma teia conjurada por um aliado preveniu parte do dano, mas Trizan sentiu sua coluna estalar ao impacto.

- Argggg - O senador soltava uma exclamação de dor involuntariamente

Levantando-se com dificuldade o mago tentava se concentrar no presente, mas estava tonto e ligeiramente aterrorizado. Sua técnica de desfazer encantamentos e feitiços era seu maior orgulho. Como seu pacto de negação podia não funcionar?

- Essa merda de obelisco… É a única explicação. - Falava Trizan em vão, ninguém estava próximo o suficiente para ouvi-lo. Mas de alguma forma ele sabia, enquanto aquele obelisco canalizava energia das linhas de forças, Vendo Cinzento era invencível.

O coração de Trizan para por um instante, um uivo e um vulto despertava novamente o alerta de seu corpo, seus músculos enrijecem, seu corpo era afogado com adrenalina. O lobo estava à sua frente, Trizan mal havia se recuperado da queda e fora ao ar novamente, erguido pelo planinauta inimigo.

Vento Cinzento: O grande conjurador da equipe, veremos o quão útil se sai agora!

Com uma facilidade assustadora, Vento Cinzento quebra os dois braços de Trizan e descarta seu corpo como se o mago tivesse sido neutralizado e inútil. Antes que pudesse sentir seu corpo chocar-se contra o chão, Vento Cinzento desaparecia. De certo modo Trizan estava aliviado que chegará ao chão com vida. Mas a imensa dor que sentia naquele instante o fez questionar o quão sortudo era. Seu rosto demonstrava desespero e dor, sua boca aberta parecia berrar, mas ele permanecia em silêncio.

-...

A dor o inutiliza. Mais do que isso, ele não conseguia mover seus braços, o que normalmente era a forma mais simples de manipular mana. Por um instante ele só pensava em si mesmo, não conseguia olhar para o campo de batalha, não conseguia entender o que acontecia com seus companheiros de batalha. Mas o pensamento assustador de que Vento Cinzento era muito mais forte que qualquer um deles ecoava entre os espaços de aflição física.

Com seus olhos cerrados, Trizan tentava sair dali. Desejava mais do que nunca poder dar um salto planar. Iria para Lorwyn, sim. Esse era o lugar que gostaria de morrer. Quando Vento Cinzento retornasse para finalizá-lo, ele iria para as planícies do prado dourado. Morreria sob o sol de uma terra encantada, uma antítese a toda sua vida. Isso é claro assumindo que Lorwyn estava em uma fase clara.

Quando abriu seus olhos, Trizan via-se em uma caverna. Seus ferimentos desapareciam, sentia-se saudável como nunca antes, até uma irritante alergia em seu nariz parecia ter sido curada. Sentimentos completamente esquisitos, obviamente ele tinha caído em algum delírio… Bom, talvez delirar fosse a melhor forma de lidar com a situação.

Alguns passos à frente, Trizan aproximava-se de uma fogueira onde um velho sentava-se próximo. O velho parecia um mendigo, excepto por suas vestes; eram demasiadamente elegantes, apesar de sujas e gastas. Uma barba que claramente cresceu sem qualquer cuidado, e cabelos cinzentos que pareciam ter sido aparados com uma faca cega.


- Então essa é a parte que um espírito vem me falar para ser forte e lutar pela justiça e amizade?

O velho olha para Trizan com irritação, como se o mago estivesse lá tentando vender algum produto de baixa qualidade.

- Eu estou cagando e andando para você. Morra, viva, tanto faz, não há nada especial a seu respeito. Você não é um líder, não é a linha de frente de um exército. Não é uma figura pública importante. Tão pouco o mais astuto mago de Ravnica.

Nenhum insulto que recebeu em sua vida tinha obliterado seu orgulho quanto aquelas palavras. Bom, fazia sentido estando em um sonho introspectivo. Ninguém seria melhor para insultá-lo que ele mesmo. Como uma criança rabugenta que havia sido punida, Trizan senta-se fitando a fogueira por alguns minutos.

- Então... Qual o propósito desse delírio?

O velho suspira.

- Você está apenas se olhando no espelho pela primeira vez em um longo tempo. Não sei no que isso ajuda em sua batalha, mas certamente é algo positivo antes da morte.

-Morte? - exclamou Trizan

- Aquela moça, Íris. Ela te deu um número. Ela profetizou quantos morreriam. Automaticamente você se incluiu fora da lista. Patético.

- Então ter um instinto de sobrevivência é algo ruim agora? - Retrucou Trizan desdenhoso
- Sobreviver? - O velho caiu numa gargalhada que soava como chacota. - Isso é tudo que você vem fazendo. Desde que era um pequeno delinquente nas ruas de Ravnica. O problema é que você cresceu nessa figura covarde. Olhe, que tipos de feitiços você se especializou?

Trizan permanece em silêncio, embora soubesse a resposta.

- Controle, defesa… Bom, basicamente você concentrou-se em não morrer. E o mais estranho é que isso te trouxe a ideia de que você se tornou melhor que todos. Veja aquele Gruul. Ele derrotou o Deus, embora você claramente pense que está acima dele.

- Ele apenas derrotou Rhonas porque eu o ajudei.

- Besteira. Sozinho ele teria uma chance, mas e você? Seria esmagado por Rhonas. Bom, aí que seus feitiços de covarde são úteis, conseguiria correr dele. Covardia é a palavra chave para você. O dia que você entender que a morte te abraçará de uma forma ou outra, talvez você se torne alguém relevante.

Trizan não respondia. Sentia-se como se estivesse ouvindo sermão de seu pai. Ainda que não tivesse conhecido o seu. Entre alguns entulhos, Trizan nota um objeto familiar. Uma lâmina, claramente havia sido um belíssimo artefato a algum tempo atrás, agora parecia um pedaço de metal velho, cego, com sujeira e fios de cabelos cobrindo sua lâmina. Era similar à sua adaga, seu objeto favorito, mas que quase nunca era usado.

Trizan levanta-se.

- Se me permite eu tenho um encontro com a morte.

- Esse é o espírito - Dizia o velho erguendo uma caneca desgastada.

Trizan novamente encontrava-se no chão frio de Ravnica. A dor já não era insuportável. De certa maneira ele sentia-se calmo. O terror havia sido expurgado de seu corpo. A morte era inevitável. Ele sentia em sua cintura sua adaga, com grande dificuldade ele concentrava-se em movê-la de forma telecinética. A adaga tremia, até que consegue sair de suas vestes e flutuava acima de seu corpo.

“Isso é suicidio” - Pensava Trizan - “Bom, apenas se der errado” - respondia para si mesmo

A adaga brilhava, o denso metal de etherium começava a se contorcer, como se estivesse se adaptando a uma nova forma. Logo o etherium começa a penetrar o corpo de Trizan.


Ao mesmo tempo que etherium era infundido em Trizan, partes orgânicas eram expelidas. De forma extremamente dolorosa, algumas partes de carne e osso eram substituídas por finas camadas de etherium. Ao fim, Trizan tinha etherium como suporte para seus braços anteriormente inutilizados.


O etherium energiza o corpo do mago, sentia-se mais forte. Porém o custo de uma operação como esta era altíssimo. Trizan não era um especialista em etherium de esper, o procedimento certamente causaria danos a longo prazo, e provavelmente seu corpo rejeitaria o metal em algumas horas. O tempo era curto. Trizan avança rapidamente em direção a Iris e Duraha.

- Iris, Duraha! - Dizia o mago espantado com a quantidade de sangue ao redor do caçador.

- Precisamos enfraquecer esse lobo, eu tenho um plano, mas preciso de ajuda de outros conjuradores - Dizia Trizan ajoelhando-se perto de Iris, na esperança de ela conseguia ouvi-lo.

- Duraha? Consegue me ouvir?

Perdido no escuro e vasto cosmos do que acreditava ser as eternidades cegas, Duraha estava perdido em sua mente. O caçador caminhava em direção ao uivo, até que ouviu outro, de Belian.


Você não é ela, mas quem é você?

Belian se apresenta e presta condolências.  Nisso o Uivador compreende tudo e se conecta a todos. Era tudo o que ele precisava, tudo fazia sentido agora.

-Então foi o Gigante Teiven a fonte dos raios e o cara de felino não é uma presa como Vento Cinzento, afinal...Vocês estão todos aqui, todos na minha mente, assim como estou na mente de todos vocês, graças a essa rede. Você se aproximou de forma sábia, Belian. Mas antes de lhe ajudar, devo à moça. Por favor, me guia até ela.

Mas como despertado de um sono, Duraha é acordado por Trizan. Para variar, aquele mago egocêntrico já estava a pedir mais favores.

-Arrgghh...  Pare de gritar, seu.. desgraçado...
-Estou cego, não surdo... Coff Coff.
-Você e seus planos... o dia todo.. Só farei mais esse pedido, pela... coff coff... pela garota gelada.

Se apoiando ao joelho, o caçador de recompensas tenta se levantar. Tremia e sua cabeça doía terrivelmente, sua face então, com cacos de vidro encravados. Ninguém notaria por causa de todo o sangue, mas Duraha chorava de dor.

Com um gesto de dor e gemido contido, Duraha remove sua máscara metálica, agora toda desfigurada. Ela cai no chão, revelando seu rosto moribundo e ensanguentado, da mesma forma como todos os viam em mente. Não retirara seu visores, poupando a cena de seus olhos destruídos, sangue escorria pelos vidros estilhaçados da lente.


Andando como um zumbi, ele se dirige a Iris. Tateando sua jaqueta, encontra um pequeno frasco que deveria ser de poção, no qual o Caçador comumente  usava. Mas estava cego, não saberia dizer se era outro de veneno para suas flechas. Parecia ser o último que resistira de todas as desventuras, e ele decide dar a Iris invés de si mesmo. Afinal aquilo não curaria seu estado.

-Se esse frasco for cor de pérola, beba para acalmar as dores.

Após isso, Duraha decide fazer um pedido a todos, que provavelmente acabaria de vez com sua porcaria de vida. E assim ele tenta contactar todos pelas teias de Belian.~

-Meu tempo está acabando. Eu perdi meu uso e meu propósito, já não tenho mais serventia... Mas ainda me resta uma coisa... Por isso.. eu odeio ter que dizer isso, mas precisarei da ajuda de vocês.
-Belian, Trizan, preciso de suas manas negras. Teiven, dê-me sua força com sua mana vermelha... Iris e até você, cara de gato, peço suas manas brancas...
-Se a ideia de Simba e Trizan falharem, eu conjurarei meu Ultimato

Antes mesmo de ter a resposta que exigiu do lobo cinzento o leonino sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha, ele se sucedeu a um toque sutil e inofensivo de uma teia caída sobre seus ombros que escorria pelas costas até o chão, quase imperceptível. O leonino tentou não esboçar nenhuma reação e nem mesmo tirar os olhos do oponente, afinal um deslize e poderia morrer

Teiven: {...} Vocês, quem conseguir, leva o cachorro pra passear!

Enquanto o gigantesco homem alguns metros atrás falava chamando a atenção, Simba pôde experimentar e sentir uma parcela do que cada um dos outros ali sentiam e, de alguma forma, sabia que eles também sentiam o mesmo vindo do leonino; Não sabia quem havia criado aquilo, mas certamente um elo aconteceu e estava unindo cada um deles, talvez aquele fosse um precedente da vitória que poderia estar por vir

Vini: Simba parece ter chamado um interesse especial do lupino, se alguém consegue distrai-lo é ele. Isso pode custar sua vida no entanto...

Era a voz do homem de aparência estranha que havia visto outrora, certamente havia conseguido se comunicar pelo elo, era como se Simba pudesse fazer como os vedalkeanos e se comunicar através do pensamento, talvez uma via de resposta fosse possível. O leonino apenas se permitiu sentir e estar naquela conexão, logo depois tentou a resposta junto a todos

Pensamento: Eu não sei exatamente quem são, mas o plano deste Nicol Bolas e Lobo Cinzento trará a destruição deste mundo, lutarei esta guerra ao lado de vocês, mas acredito que não posso lidar sozinho com a ameaça em minha frente. Apareci repentinamente nesta batalha e não pude ter tempo para pensar em nenhuma estratégia de combate, estar aqui é um perigo, é um campo aberto em que ele tem toda vantagem, e eu temo que não resistirei a um embate direto com ele. Ou atacamos o inimigo com tudo que temos ou precisaremos recuar temporariamente para pensarmos em uma estratégia...

Havia um pesar em sua mente, uma espécie de carga que parecia ser dificil de sustentar, mas ao mesmo tempo era como se ele tivesse total confiança de que sairia vitorioso daquele conflito, por mais que tudo indicasse o contrario

Os apagões de Belian estavam cada vez maiores. Quando seria a ultima vez que despertaria? A voz do caçador agora adentrava a perturbação de sua caótica mente. O laboratório arcano estava destruído parcialmente, o tumulo do leonino estava aberto e milhares de corpos das mais variadas criaturas estavam espalhados pelo local sobre formol derramado e cacos de vidro. Belian estava mirrado e encolhido, recolhia entulhos dos arredores para reconstruir o local. E então telepaticamente responde a Duraha

- No momento tudo que sou é uma mente e um canal de mana. Se é mana que precisa, leve mas há um custo. Energia vital para mana negra, memórias para mana azul e o vislumbre de sua besta interior para a mana verde. Se estiver de acordo apenas canalize sua vontade e toque na teia, ela fará o restante.

Belian ainda que fragilizado agia como um predador, se recusava a morrer e cederia recursos se pudesse ganhar algo que prolongasse sua vida. E então mais um apagão acontece e dessa vez a voz do leonino o desperta e agora Belian fala com todos os aliados

- O mesmo tempo que teremos para planejamento ele terá. Mas ao contrário  de nós ele está inteiro e pensa mais rápido que todos aqui. Precisamos manter a mente dele ocupada e precisamos nos adaptar e agir como nunca agimos antes. Ele nunca esperaria que Teiven conjurasse um feitiço defensivo de mana azul ou que Trizan empunhasse uma grande arma e fosse para o combate direto. Uma troca de mente e corpo poderia ser um truque interessante para confundir o inimigo. As teias podem canalizar as manas necessárias para cada corpo

Isso daria a Belian a vantagem de bisbilhotar mais algumas mentes antes sua horan

Tudo aconteceu rápido para a criomante, em um instante estava em proteção segura dentro do cristal de Duraha, em outro chacoalhava-se contra o caçador num redemoinho furioso de vento até o choque fatídico contra o gigante Teiven.

Iris: Não... não...

Mal teve tempo para recompor-se, em segundos um borrão cinza em forma de lobo se materializou e arrebentou a planinauta com uma potente patada lateral, Iris rodopiou pelo ar, seu escudo azorius ficou pelo caminho, e o choque a fez fraturar as pernas. Ela mantinha-se caída ao chão, seus olhos, ainda que expelindo mana, esvaiam-se em lágrimas.

Iris: Mestra... argh... eu não consegui... não fui forte o bastante...

Com esforço ela olharia para suas pernas, dispostas em um ângulo bizarro, ostentavam ossos em fraturas expostas e grande sangramento. A dor era excruciante, não conseguia sequer levantar-se. Sua mente vagueava.

...

Kaldheim. A geleira ardia a cada passo de Iris, ela descalça sentia a pele de sua sola desprender-se a cada passo, e o bastão voltava a acertar-lhe o rosto, e ela cai ao chão.

Jeska: Levante-se! Você devia ter previsto o golpe!

Iris ajoelhada, cuspia sangue no gelo.

Iris: Eu não consigo controlar! E é mais difícil com o meu destino!

A bárbara então se aproximou com passos lentos, olhando diretamente nos olhos fluidos de Iris.

Jeska: Eu não vou durar pra sempre! Você deve ser a esperança do amanhã! A perpetuação do destino depende de você! Você mais do que ninguém sabe que meu destino será selado em Dominária!

Mais um golpe na cabeça da azorius a faz cair no chão.

Jeska: Você deve ser a melhor em defesa no multiverso! Sobreviva a qualquer custo!

Iris então se levanta com dificuldade, apoiando-se em seu cajado, faz uma postura de defesa.

Iris: Venha!

Os olhos da planinauta então aumentaram de intensidade, e sua mestra partiu com velocidade, um golpe desviado com o bastão, o segundo, também desviado e o enfim terceiro esquivado com perfeição.

Jeska: Bom, mas não o bastante! O oponente nunca jogará limpo!


Uma aura vermelha então rapidamente recobre o corpo de Jeska, e funde-se em um vórtice de chamas.

Jeska: Prepare-se para o inesperado! Um dia serei uma lenda, e só restará você!

O cone de chamas então engoliu Iris.

...

Aquelas chamas deixaram mais chamas na alma do que no corpo da criomante, mas serviram como lição, como todas de sua mestra. A ensinaram a sobreviver, a todo custo, a ensinaram que o destino de todos era mais importante do que a de si própria. Ela tinha uma missão, e ela tinha de cumpri-la.

Iris: A dor... devo ignorá-la...

Ela sussurrava para si mesma, tentou com as mãos utilizar gelo nos ferimentos para o alívio. Quanto então sentiu um contato, percebeu resquícios de teia enrolados em suas pernas inutilizadas. Uma voz então tocou sua mente.

Iris telepaticamente: Belian Mutare... o metamorfo...

Ela então aceitou a comunicação.

Iris telepaticamente: Eu vislumbrei alguns relances do futuro... venceremos a guerra... mas perderemos muitas batalhas! E muitas vidas...

As lágrimas então caiam com mais intensidade de seus olhos, no fim gostaria de ser forte como sua mestra fora. Um toque conhecido então chama sua atenção, era Duraha, com o rosto sangrento e andar cambaleante, lhe oferecia um frasco com uma solução perolada.

Iris: Obrigado Sr. Duraha, muito obrigado!

Ela agradece enquanto destampa o frasco.

Iris: Ainda tenho uma reserva de mana, mas precisamos de um plano...

Iris então dava o primeiro gole no frasco, aproveitando o contato telepático da teia falaria com todos.

Iris telepaticamente: O dragão cairá, mas precisamos sobreviver! Tive visões, em todas sofremos...

Ela pausaria então por dois segundos as palavras.

Iris telepaticamente: Só venceremos unidos! Todos os planinautas contra Bolas! Minhas manas estão a disposição!

Belian responde telepaticamente a Iris enquanto toma para si parte da dor que ela sentia e se prepara para vasculhar a mente da criomante

- Exatamenente... O peão que avança lentamente até o fim do tabuleiro e assume outra forma... Mas até lá, um peão.

Belian para por um período tentando manter-se acordado

-Gostaria de vasculhar todas essas visões, se possível, posso enxergar alguma coisa que não vejo agora e entender melhor o papel que temos a desempenhar. Nas condições que estou não espero sobreviver muito mais tempo então não precisa poupar minha mente dos detalhes sórdidos.